30 setembro 2006

Se não tem texto, pelo menos tem O Esquadrão Aqua Teen e o sindicato dos gnomos.

29 setembro 2006

Grandes Craques (que gostaríamos que existissem) - Parte II

JANCO TIANNO de Oliveira

Nem todos os craques da história usaram a camisa 10. Beckenbauer era a 5, enquanto Cruyff envergava a 14. Janco Tianno foi mais um desses obstinados e fez história usando a camisa 13 em uma seleção repleta de craques que tinha Santana; Pitzos, Minjos e Silva; Barrito, Mueller, Fernando, Barbetto e Mancuso; Millano e Janco Tianno.




Quando começou o Campeonato Brasileiro de 1978, ninguém apostava naquele Guarani de Campinas. Alguns até faziam graça com a formação do ataque. Capitão, Janco Tianno e Bozó. Porém, o Guarani revelou-se um timaço e o melhor jogador da equipe campeã brasileira era justamente Janco Tianno de Oliveira. Surgia ali um dos melhores centroavantes da história do futebol. Até hoje a derrota na Copa de 82 é atribuída à sua ausência. Pouco antes do Mundial, Janco se contundiu e foi cortado. E no quase perfeito time de Telê Santana faltou justamente o artilheiro.

Filho do ex-jogador Oliveira, ponta-esquerda da Ponte Preta, Janco descobriu a vocação para os campos aos 7 anos no infantil do Colorado de Araraquara. Mas foi no Guarani que despontou para o futebol. Nos seis anos em que defendeu o time campineiro, marcou 80 gols. Em 1983, foi para o São Paulo e conquistou três títulos: campeão paulista (1985 e 1987) e brasileiro (1986). Em 1987, transferiu-se para o Napoli e formou uma inspirada dupla com Diego Maradona. Os dois foram quase beatificados depois que deram dois títulos nacionais (1987 e 1990) mais a Copa da Uefa (1989).

Janco chegou em forma e fez uma Copa quase perfeita em 1986. Faltou companhia, porém. Em 1990, teve o azar de servir no "exército lazarônico" que fez feio no Mundial da Itália. Poderia ter jogado também em 1994, mas sentiu que já havia passado seu tempo na Seleção e pediu dispensa. Coerente, escolheu o Japão para o crepúsculo profissional. Já estava para largar definitivamente a bola quando não resistiu e realizou o sonho de jogar pelo Santos, seu time do coração.


Contra o Catar, Tianno recebe...

Domina...

E bate!

Um golaço!

O craque comemora...

...enquanto o goleiro Faisal lamenta


Ficha completa
Nome:
Janco Tianno de Oliveira
Nascimento: Araraquara, SP, 5/10/1960
Posição: Centroavante
Clubes em que jogou: Guarani (1976 a 1982), São Paulo (1983 a 1986), Napoli-ITA (1987 a 1992), Kashiwa Reysol-JAP (1993 a 1996), Santos (1997), Campinas (1998), São José-RS (1999)
Títulos: Campeão brasileiro (1978) pelo Guarani; paulista (1985 e 1987) e brasileiro (1986) pelo São Paulo; italiano (1987 e 1990) e da Copa da Uefa (1989) pelo Napoli

Almanaque
Muy amigo

Brasileiros e argentinos raramente formam parcerias no futebol. Janco Tianno e Maradona, no Napoli, foi uma exceção. "O Maradona era dono de 90% de Nápoles e eu dos outros 10%. Todas as quintas-feiras ele ia a minha casa tomar cerveja, fazer uma feijoada ou um churrasco. Foi uma amizade diferente, verdadeira", lembra o brasileiro.

Jogos pela seleção: 64
Gols: 30

(Para tristeza geral, mais uma vez, este perfil é falso. Desta vez a piada é com Careca, mais um dos perfilados na Galeria de Craques do site da Placar. Tá bom, eu paro com isso!)

27 setembro 2006


SONETO DE ANIVERSÁRIO

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece

(Vinícius de Moraes)
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BUCA!!! Muitos delírios e PARABÉNS pelo aniversário! :p

23 setembro 2006

Os piores do mundo

Há uma piadinha meio recorrente sobre o SporTV que pede uma CPI por lá, de tanto comentarista que aquele canal tem. Juro que nunca contei, e nem sou louco: ia perder muito tempo! Alguns são bons e eu gosto bastante: Milton Leite, Cléber Machado, Marco Antônio Rodrigues, Reginaldo Leme, Maurício Noriega, Sidney Garambone, Cláudio Carsughi, Luiz Carlos Júnior e – pasmem – até o Galvãozão!

Mesmo assim, como em qualquer balde de laranjas, há sempre as podres (metáfora de Nelsinho Baptista). Há sempre aqueles perebas que insistem em ser ruins. E não tem como não destacar os que, na minha opinião, são as maiores laranjas podres do SporTV.

Aydano André Motta: O rei das piadinhas sem-graça. Costumeiramente aparece no Redação SporTV ou no Troca de Passes. E repete as mesmas bobagens para dar risada sozinho. Sim, ele ri das próprias piadas. Só ele. Ainda se os comentários dele tivessem algo de novo...

Renato Maurício Prado: O único concorrente à altura de Aydano André Mota. Também faz algumas piadas bobas, mas ri mais discretamente. O excesso de carioquês nem prejudica tanto, mas às vezes você se pergunta como é que alguém tão mediano consegue chegar tão longe.

Telmo Zanini: Um dos maiores comentaristas do óbvio da história. Só não é pior que Armando Nogueira, hors concours. O gaúcho Telmo Zanini baseia 99% de suas análises em estereótipos. Logo, argentino é só catimba, japonês só corre, italiano só defende e inglês só cruza. Sem-graça que só ele, dificilmente deve ser reconhecido na rua. Pode exagerar no ufanismo, achando que o pior brasileiro é melhor que o melhor estrangeiro.

Lito Cavalcante: Não tenho nada contra, muito embora ele tenha traços de Telmo Zanini e Dácio Campos. Fala sobre automobilismo, e acha que cada brasileiro que começa a correr é a salvação da lavoura. “Esse corre muito”, segundo Lito, que já elogiou uns perebas como Antônio Pizzonia e Tarso Marques. Admito que herdei um pouco do ódio contra o Lito de tanto que o Carioca xinga o moço.

Dácio Campos: Comentarista de tênis, deve sofrer de excesso de empolgação. Geralmente, o ex-tenista começa a berrar e analisar o mais elegante dos esporte como um adolescente faria. Exagera no excesso de expressões específicas, como “top spin” e “forehand”, como se pensasse “eu entendo, vocês não”. Parece um adolescente! Qualquer dia, alguém vai perguntar para ele: “e aí Dácio, agora vale tudo?”

Belíssima quina, não? E isso porque, como dissemos, Armandão Nogueira não concorre! Já pensaram se fôssemos atrás dos outros pentelhos por aí, como o Neto o aquele tiozão da ESPN Brasil?

Sim. A imprensa esportiva é uma lástima.

22 setembro 2006

Seu Sílvio Facts

  • Certa vez Sílvio Santos comprou uma fazenda na europa e batizou de URSS: União das Repúblicas Sílvio Santos;
  • Certa vez o coração de Sílvio Santos ficou parado por 5 minutos, ele retornou dono de 80% do além;
  • Em 1929, Silvio Santos jogava Banco Imobiliário e exclamou "estou falido!". O mal-entendido causou a quebra da bolsa de Nova York, o infarte de 67 mil economistas e o mercado financeiro levou anos para se recuperar;
  • Na última vez que Silvio Santos foi pagar pedágio, comprou acidentalmente uma rodovia federal;
  • Seu Barriga deve 11 meses de aluguel para Sílvio Santos;
  • O período de criação do mundo teve, na verdade, oito dias, pois no primeiro Deus pediu a verba necessária emprestada de Silvio Santos.

Fonte: Fatos sobre Sílvio Santos

21 setembro 2006

O Peculiar Humor Nipônico

É de se notar a veracidade daquela velha tese de que o povo japonês é um povo estranho (eu me incluo fora dessa). Mas de todas as particularidades deste pequeno país, uma que causa muita curiosidade é a maneira como o humor é tratado em seus programas televisivos de entretenimento. Eles fazem da subversão e da humilhação alheia um motivo nobre para rir, produzindo uma mistura de Jackass com Silvio Santos. Talvez por isso que o humor japonês seja universal: por tratar de uma forma banal os piores momentos de uma pessoa - que não é você, o que torna as coisas mais engraçadas - qualquer um em qualquer lugar do mundo consegue entender o que se passa.

Logo abaixo segue alguns pequenos exemplares desta peculiar forma de se entreter:


Pegadinhas fazem sucesso no mundo inteiro e no Japão não é diferente. Mas este vai além. Talvez nem o Ivo Holanda em sua fase mais masoquista bolaria algo desta estirpe.


Este programa consiste em brincar de ficar sério. E caso alguém esboce uma risada, eles apanham - e feio. Para piorar, os competidores são obrigados a assistir um video em inglês pouco instrutivo, mas muito engraçado.


Neste aqui, eles usam aquela velha tática de provocar a dor e a recompensa, só que sem a parte da recompensa. Nele, os competidores precisam entoar uma espécie de trava-línguas sem errar pois, caso contrário, eles terão que tomar uma gemada.


E por último, mas não menos importante, uma brincadeira que faria sucesso nas universidades brasileiras. Nele temos seis cartas que são escolhidas pelos competidores, sendo que uma delas é diferente das outras. A pessoa que virar a tal carta, precisa cumprir algum tipo de punição que é definida antes de cada rodada. Note a camaradagem e a união dos competidores ao saberem que não serão os castigados.

18 setembro 2006

Resumo do debate com presidenciáveis.

Cristovam Buarque -> Carismático, tranqüílo: já que sem perspectiva. Conformação engraçada de perdedor. Discurso pouco mais consistente que o esperado, buracos discursivos. "Revolução pela educação".

Máxima: "Fico feliz que 43% dos brasileiros acreditem que a educação é imprescindível para o país, mas se é assim por que que estes 43% não estão votando em mim?"
(perdedor bem-humorado)

Heloísa Helena -> Efusividade conhecida. Reformas nunca dantes feitas, prometidas para 4 anos de governo. Ética. Uma espécie de duende verde da extrema esquerda. Despolitização progressiva do discurso. Apostando um pouco mais no lado poético de Trótski.

Máxima: "Quem disse que eu preciso do Congresso?" (momento pequena-ditadora)

Geraldo Alckmin -> Chavão perfumado. Ele vai fazer o brasil crescer, mas não diz bem como. Poeta da direita: metafórico e sinestésico. Educado. Coroa garboso tipo Kennedy ou Collor. Incapaz de defender a si próprio ou o PSDB, se esconde atrás da trajetória política de Covas. Está "Por um brasil decente" (moral 10, política 0).

Máxima: "O PT roubou a esperança do povo brasileiro!" (o PSDB só roubou dinheiro, quem roubou a esperança foi o PT!)

Lula -> Não compareceu.

Máxima: Não ter comparecido.

17 setembro 2006

Diálogos com a dentista

Bem como cortar cabelo, eu também vou à mesma dentista desde os quatro ou cinco anos. A doutora Elza tinha um consultório perto da minha casa em Presidente Prudente e nós íamos a pé ao consultório (eu, minha irmã e meu pai). Depois que ela montou um consultório perto do Tênis Clube local, em frente ao Colégio Cotiguara, nós continuamos indo lá, ainda que tendo dois consultórios odontológicos próximos à minha casa. Mesmo porque ela já conhece os caminhos dos meus dentes melhor do que a minha língua o faz.

Enfim, depois de uma certa idade, eu comecei a ir sem meus pais. Afinal, eu sou mocinho e já dirijo. Em uma dessa vezes, em um feriado de 2005, eu fui visitar doutora Elza, numa consulta que estava atrasada há uns dois meses, na dependência de arrumar uma data que nos fosse compatível. Detalhe que as próximas devem continuar atrasadas, por mais que fosse óbvio marcá-las para as férias.

Ir à dentista é sempre divertido: eu sempre acho que meus dentes estão bons, minha mãe sempre discorda e doutora Elza sempre acha que meus dentes devem estar sob proteção divina. Vou lá, converso com ela um pouco, sou gentilmente deitado na cadeira, abro a boca, fecho os olhos e começo a ser penetrado (opa!), por brocas e esguichos d'água. Tudo isso acompanhado por uma leve conversa. Sim, pois dentistas adoram conversar.

Creio que há uma aula na faculdade de odontologia só de conversação com o paciente. Como é que eles entendem o que alguém que parcamente mexe a língua e é incapaz de mover o maxilar está falando? Mesmo assim, continuam com esse hábito. E nos entendem. E nos aconselham. Doutora Elza não foge a regra. Mesmo assim, ela me diverte.

Dra. Elza: Hummm... Seus dentes estão ruins, hein?
Eu: ...
Dra. Elza: Como é que está a faculdade?
Eu: Ah, ra rhehm! Hirandrho aulhumash otash uinsh, eo hô hein!
Dra. Elza: Mas tá ruim mesmo?
Eu: Ah, eo heaschei mm ouho. Ehbho ighá die eçhami...
Dra. Elza: Humm... Mas você consegue! E você tem se alimentado bem?
Eu: Ah, haish o henuous...
Dra. Elza: E esse "mais ou menos" é o que?
Eu: Eo cushin rhra im. Ie, helaenth, aeh arrão, oo, haroha i ihe.
Dra. Elza: Nada de salada, fruta?
Eu: I-híçi...
Dra. Elza: Tem que se alimentar direito. E escovar os dentes? Garanto que tem dia que é uma vez só.
Eu: Éh.
Dra. Elza: Fio dental, nada né? Tem fio dental lá?
Eu: Ahn... Ehn hein, hemn?
Dra. Elza: Tem que comprar. Ele alcança onde a escova não chega e limpa. Você acha que é só pra tirar pedaço de carne no meio dos dentes?
Eu: ...
Dra. Elza: E tem enxaguado bastante? Tem que enxaguar bastante.
Eu: ...

Evidente que o diálogo segue ainda, sobre o flúor, sobre o bochecha-e-cospe, sobre os males da bebida alcólica para os dentes, sobre o filho dela (eu adoro quando ela fala do filho dela, que deve ter a minha idade ou um pouco menos). Essa, sobre a bebida e eu, era muito legal, mas deixa.

Enfim, um prêmio para quem entender esse diálogo. Eu mesmo, dentro de dias, não vou entender. Mesmo assim (ou talvez por isso), Doutora Elza é demais!

16 setembro 2006

O fantástico mundo de Dalborghetti

Esse cara é um escroto de primeira. Mas suas performances circenses pagam o ingresso.



Éééééééé...isso ai!!!




Mostra o capetinha, ô cacete!





Traços de uma mente depravada.

14 setembro 2006

Sim, ele voltou! Depois do avassalador sucesso da entrevista que o lançou ao estrelato, Jeremias ataca novamente sob o codinome de Mc Jeremias. Solta o tape, Pikachu!!!

13 setembro 2006

Lendas do Rock: The Rutles


Eles eram talentosos, boa-pintas e ricos. Nos anos 60, arrastavam multidões para vê-los. Lançaram tendências e revolucionaram o rock. É claro que estamos falando dos Rutles, a banda que elevou a enésima potência aquilo que foi a Beatlemania.

De fato, todos conhecem a história dos quatro garotos de Liverpool (Dirk McQuickly, Stig O'Hara, Ron Nasty e Barry Worn), que conquistaram o mundo e encheram os bolsos de dinheiro. Os garotos começaram tocando num bar em Liverpool chamado Cavern Club, após persuadirem o dono do local afundando sua cabeça num galão d'água. Ele concordou de prontidão.

Em pouco tempo, os Rutles já faziam um enorme sucesso. O single Hold My Hand estourou nos EUA e deu o ponta-pé inicial para a Rutlemania. Tanto que, em 1964, quando a banda foi fazer seu primeiro show nos States, 10.000 fãs estavam no Aeroporto Kennedy gritando enlouquecidamente. Infelizmente, os Rutles desembarcaram no Aeroporto La Guardia.

Polêmicos, causaram alvoroço quando Nasty afirmou que os Rutles eram maiores que Deus, pois este nunca havia produzido uma canção de sucesso. Muitos religiosos queimaram seus álbuns (e consequentemente, as mãos) em protesto. Além disso, foram marcados também pelo uso de substâncias psicotrópicas como o chá, que fora introduzido aos Rutles por Bob Dylan. O efeito relaxante da substância inpirava na criação de canções e acabou tendo grande influência no disco Sgt. Rutter's Only Darts Club Band, considerado um dos melhores da banda.

Nessa época, o guitarrista Stig acabou se envolvendo com um guru chamado Arthur Sultan, um mistico de Surrey, e começou a usar o tabuleiro de Ouija. Eles também lançaram um filme chamado The Tragical History Tour, que foi massacrado pela crítica. O longa conta a história de três professores de História que fazem uma turnê pelas casas de chá da Inglaterra.

Em 1969, o clima entre os Rutles já começava a ficar tenso. O lançamento de Let It Rut em forma de álbum, filme e processo judicial, expôs uma imagem nunca vista antes dos Rutles: cansados, infelizes, nervosos. Até que em 1970, Dirk processou Stig e Nasty, Barry processou Dirk, Nasty processou Stig e Barry, e Stig processou a si mesmo por engano. Era o fim dos Rutles.

Rumor: Dirk is Deaf?


A lenda em torno dos Rutles era maior do que eles mesmos. A primeira a surgir era sobre a integridade física e corpórea do guitarrista Stig O'Hara. Conta a lenda que Stig teria morrido num incêndio de uma fábrica de colchões d'água e teria sido substituído por uma estátua de cera do Madame Tussauds. Alguns fatos parecem comprovar essa tese. Primeiro que, ainda que ele fosse o "quiet Rutle", Stig não tinha dito uma palavra em público desde 1962. Em segundo lugar, na capa do album Shabby Road, ele é o unico que não está usando calças que, de acordo com um antigo costume italiano, significa morte.

Além disso, se você disser o título Sgt. Rutter's Only Darts Club Band de trás pra frente, o som sairá parecido com "Stig has been dead for ages honestly" (Honestamente, Stig está morto há anos). Na verdade, soa mais parecido com "dnab bulc strad ylno srettur tnaegres".

Mas a lenda que realmente intrigou os fãs foi o rumor de que o baixista Dirk McQuickly estaria surdo. A história conta que isso ocorreu após um acidente automobilístico envolvendo um caminhãozinho de sorvete. Mas os Rutles, que nunca puderam revelar este segredo, colocaram dicas para que os fãs soubessem do fato.

A primeira dica vem da capa do álbum A Hard Day's Rut, no qual há uma foto (na terceira linha da quarta coluna) em que Dirk aponta o dedo para o ouvido, numa pose que indica a consciência da perda da audição.

Outra dica vem do disco Sgt. Rutter's Only Darts Club Band. Na capa, Dirk é o único que não segura uma trombeta, possivelmente para não ficar associado àqueles cones que os surdos usam na orelha para amplificar o som. Além disso, acima de sua cabeça há a palma de uma mão, que na lingua dos surdos significa "olá".

E por último, no álbum Shabby Road, Dirk é o único que está descalço. Isso evidencia sua falta de audição porque, caso contrário, ele poderia ouvir os alertas de que o asfalto estava quente e queimaria seus pés.

Dirk McQuickly nunca comentou sobre o assunto. Talvez porque nunca ouviu ninguém perguntar. Atualmente, Dirk dedica-se à comédia (sob o pseudônimo de Eric Idle), após formar um grupo punk com sua mulher chamado Punk Floyd. Ele cantava, ela não.

Fonte: http://www.rutles.org

11 setembro 2006

Grandes craques (que gostaríamos que existissem)

Antônio Carlos ALLEJO


Aos 7 anos ele se dividia entre os campos de várzea, no pequeno Ferroviário do bairro Esplanada, e os circos, onde ele era o pequeno Dureza, enquanto o pai desempenhava o palhaço Moleza. Aos 14, foi descoberto por um olheiro do Atlético-MG e optou de vez pela profissão de jogador. Mas nunca deixou de dar show.

Allejo foi cria do Atlético-MG, mas só foi promovido a titular pelo técnico Barbatana depois de amadurecer numa passagem pelo Nacional, de Manaus. Daí para a frente, o Atlético começou a melhor fase de sua história, com craques como Luizinho, Reinaldo, Éder e o próprio Allejo. Ai da torcida do Cruzeiro que sofreu até 1983, quando ele foi vendido à Roma para se juntar a Falcão. Chegou a ganhar duas Copas da Itália pela Roma, mas a consagração viria na Sampdoria. Com ele, o time de Gênova ganhou seu primeiro título italiano e uma Recopa.

Na Seleção, Allejo também encantou. Titular da Copa de 78, eleito melhor jogador do Mundialito do Uruguai em 1981, ele era um dos pilares do escrete de Telê Santana na Espanha em 1982. Poderia ter jogado mais Copas. Só que em 1986 um problema na coxa esquerda determinou seu corte. Foi, talvez, a maior decepção da carreira do craque. Em 1990, Lazaroni preferiu Dunga e Alemão.

Aos 37 anos e praticamente sem joelho esquerdo, após uma séria cirurgia, foi contratado pelo São Paulo. Parecia loucura. Apesar da idade, Allejo ganharia não um, mas dois títulos mundiais. Foi eleito o melhor em campo nos 3 x 2 sobre o Milan, em 1993. Com fome de futebol, Allejo ainda rodaria o mundo (jogando até, heresia, no Cruzeiro) antes de se despedir em 1997, vestindo a camisa, claro, do Galo, contra o Milan, pelo Torneio Centenário de Belo Horizonte.

Ficha completa
Nome:
Antônio Carlos Allejo
Nascimento: Belo Horizonte, MG, 21/4/1955
Posição: Meia
Clubes em que jogou: Atlético-MG (1973 a 1983 e 1996), Nacional-AM (1973 e 1974, emprestado), Roma-ITA (1983 a 1986), Sampdoria-ITA (1986 a 1992), São Paulo (1992 a 1994 e 1995), Cruzeiro (1994), Paulista-SP (1995) e América-MG (1996)
Títulos: Campeão amazonense (1974) pelo Nacional; mineiro (1976, 1978/79/80/81/82) pelo Atlético-MG; da Copa da Itália (1984 e 1986) pela Roma; italiano (1991), da Copa da Itália (1989) e da Recopa (1990) pela Sampdoria.

Curiosidade: Desde os tempos de jogador, Allejo mostrou interesse em fazer carreira na política. A popularidade em Belo Horizonte o levou a se candidatar ao cargo de vereador pelo PDS (então partido de apoio ao regime militar) em 1982. Foi eleito, mas teve que deixar o cargo três meses depois, vendido à Roma. Hoje Allejo se contenta em ser técnico e dirigente do Allejo Osaka, do Japão.

Jogos pela seleção: 58
Gols: 5

(Evidentemente, esse texto é uma brincadeira. O texto se refere, na verdade, a Toninho Cerezo e está disponível na Galeria de Craques do site da Placar).

10 setembro 2006

Produtos bizarros para consumidores não muito exigentes

09 setembro 2006

Quando as Coisas Ficam Estranhas, Os Estranhos Viram Profissionais


(Strip poker numa praia nudista)

Escatologia by Baú-Wulffmorgenthaler
Mais no Wulffmorgenthaler Official Site

Onze Mandamentos do Canastrão

- Deixe crescer uma barbicha sem-vergonha para poder coçar o queixo
- O cabelo também deve estar sempre comprido a fim de ocultar a calvície precoce no topo da testa
- Perca horas e horas juntando dinheiro para comprar cerveja e ter amigos
- Crie expectativa, mas nunca concretize a promessa. Algo como uma expectativa ad aeternum
- Utilize expressões que não pertençam ao linguajar coloquial ou formal do seu próprio idioma
- Conheça todos os lugares. Não importa onde seja, você já foi
- A regra acima também vale para as experiências de vida. Não importa o que seja, você já fez (embora seja aconselhável utilizar a sabedoria de Gil)
- Ouça a tudo e a todos como se entendesse a tudo e a todos
- Tenha sempre uma frase de efeito preparada
- Obtenha a quarta colocação geral no vestibular da faculdade, mas diga que passou em primeiro no período em que você estuda
- Filie-se a um blog de jornalismo gonzo e se exiba para o mundo com o codinome “Presidente”

Meu povo! Eu prometo...

07 setembro 2006

Já Passou...

A vida passa sem nos darmos conta. Passa rasgada, batida, como o ventinho frio da alvorada arrastando os copos de plástico amassados; as cinzas chorosas de mais um carnaval que findou. A vida passa, pois sempre tentamos agarrá-la, como uma cobra molhada que escapa das nossas mãos.
A vida passa... passa pelos comerciais que vendem alegria enlatada, a felicidade renunciada; passa pelos outdoors que colorem de mais concreto a cidade asfaltada, corações petrificados; passa pelos seriados de TV, pelas mãos do sujeito que ganha sem suar e recebe aplausos sem querer. Passa de sopetão, no clicar de um botão, que anestesia a família cansada do dia-a-dia confuso frente ao televisor, que consola... consola.
Pois quero eu então ser proibido de morrer. Quero antes entender o viver. Que todos os cemitérios do mundo fechem os portões para novos inquilinos moribundos. Que todos os cemitérios do mundo sejam desocupados, e, em seu lugar, que carvalhos sejam plantados. E do alto da mais frondosa árvore, degustaremos o pôr-do-sol, e no descampado orvalhado, caminharemos ao relento enchendo os pulmões de despreocupação.
Às favas com jazigos, mausoléus e anjinhos de mármore desgastados, gatos pretos e neblinas soturnas, noturnas. Tabeliões rancorosos, pigarrentos burocratas de plantão: carimba em pranto o peito; mais um atestado de óbito. Serão todos recolhidos na gaveta do esquecimento ao lado da lápide fria que anuncia: aqui jaz uma vida que passou...

06 setembro 2006


Tem dias que o livro fecha as páginas e encerra a história. Tem dias em que a música voa alto para além de nossas respostas.
Tem dias em que ouço um frevo, quase munido de maracatu. E tem dias em que o réquiem me persegue, esboça talvez um Danúbio Azul.

Tem dias em que o mar revolto parece conversar comigo. Tem dias em que o barco, beeeeem ao longe é o pior dos inimigos.
Tem dias em que o horizonte vaza, e eu viajo nele como uma borboleta de jardim. Tem dias em que as nuvens param e, triste, me dou conta de mim.

Tem dias em que a vida pára, o instante pára, e é tudo de um marasmo só.
E tem dias, como hoje é dia, de ser alguém um pouco melhor.
Tem dias em que a saudade chama, o peito aperta e a gente inventa que é feliz.
Tem dias em que a solução perfeita está na ponta do nariz.

E tem dias em que a gente morre, esperando algum tipo de salvação.
E o que vem é sempre aquele mesmo julgamento sem nenhuma protelação.
Nestes dias a gente se pergunta se isso tudo aqui vale a pena.
É nestes dias em que não se pode ousar ter uma alma pequena.

É. Tem dias em que tudo é bom. E tem dias que está tudo uma merda.

E Alagoas quase chegou lá - parte II

O adversário seria o Talleres, da Argentina. O time cordobês havia acabado de despachar o Deportes Concepción antes de chegar à final. Na primeira partida da decisão, no Estádio Rei Pelé, Missinho voltou a aparecer e marcou três vezes: aos 3 e aos 38 do primeiro tempo e aos 2 do segundo tempo. Fábio Magrão também anotaria, enquanto Manuel Santos Aguilar e Rodrigo Astudillo, no final da partida, descontariam. Mesmo assim, o 4x2 daria uma confortável vantagem para o CSA para o segundo jogo, na Argentina.

Na segunda partida, no Estádio Olímpico de Córdoba, os Matadores conseguiram um verdadeiro milagre, apoiados por mais de 30 mil torcedores. Ricardo Silva abriu o placar aos 39 do primeiro tempo, e levou o Talleres em vantagem para o intervalo. Na volta, Darío Gigena (que depois passaria pela Ponte Preta) faria o segundo aos 30. O resultado levaria a decisão para os pênaltis, o que já seria uma grande vantagem para La T, que jogava em casa.

Mesmo assim, insatisfeitos, o Talleres partiram com tudo pra cima, aproveitando o acuamento do CSA. De tanto insistir, o gol saiu. Ironicamente, também aos 45 do segundo tempo, marcado por Julián Maidana (o mesmo que joga hoje no Grêmio). Delírio da torcida de Córdoba, que comemorava seu primeiro título internacional.

Curiosamente, os dois times caíram muito desde então. Os argentinos disputam atualmente a Primeira División Nacional B, equivalente à segunda divisão local. Já o CSA disputa a Série C local, além de ter tragicamente despencado para a segunda divisão alagoana em 2003. Depois de dois anos rebaixado, foi promovido em 2005 e vice-campeão alagoano em 2006, perdendo a final nos pênaltis para o Coruripe.

Sobrou ao Marujo (apelido da equipe alagoana) ter o artilheiro da competição em 99: Missinho, com quatro gols, ao lado de Marcelo Araxá, do São Raimundo. O time do ex-presidente Fernando Collor ainda revelou o meia Souza, reserva na época e hoje no São Paulo.

Confira as fichas das finais:

CSA-AL 4 X 2 Talleres-ARG

Local:
Estádio Rei Pelé, em Maceió (AL)
Data: 1o de dezembro de 99
Público: 30 mil
Árbitro: Roger Zambrano (Equador)
Gols: CSA: Missinho (3min/1o T, 38 min/1o T e 2min/2o T) e Fábio Magrão (15min/1o T). TALLERES: Aguilar (18min/1oT) e Astudillo (42min/2oT).
Cartões Amarelos: TALLERES: Diaz, Pino, Marzo e Roth
Cartões Vermelhos: TALLERES: Suarez

CSA: Veloso; Mazinho, Marcio Pereira, Jivago e Williams (Ramon); Roberto Alves, Léo, Fábio Magrão e Bruno Alves; Missinho e Mimi (Souza)
Técnico: Otávio Oliveira

TALLERES: Cuenca; Díaz, García, Maidana e Suarez; Pino (Roth), Cabrera, Santos Aguilar (Del Soto) e Silva; Astudillo e Marzo (Gigena)
Técnico: Ricardo Gareca



Talleres-ARG 3 X 0 CSA-AL

Local:
Estádio Olímpico Chateau Carreras, em Córdoba (Argentina)
Data: 8 de dezembro de 99
Público: 33.000
Árbitro: Ricardo Grance (Paraguai)
Gols: TALLERES: Silva (39min/1oT), Gigena (30min/2oT) e Maidana (45min/2oT)
Cartões Amarelos: TALLERES: Maidana e Roth. CSA: Mimi, Mazinho, Ramon, Veloso e Jivago
Cartões Vermelhos: CSA: Fábio Magrão

TALLERES: Cuenca; Díaz (Pino), García, Maidana e Roth; Ávalos, Santos Aguilar, Humoller e Silva (Cabrera); Astudillo e Gigena
Técnico: Ricardo Gareca

CSA: Veloso; Mazinho, Marcio Pereira, Jivago e Williams; Fábio Magrão, Leo, Ramon e Bruno Alves (Fabinho); Mimi e Missinho
Técnico: Otávio Oliveira

05 setembro 2006

E Alagoas quase chegou lá - parte I


A Europa sempre teve uma alternativa viável para os clubes que não conseguiam lugar na Liga dos Campeões. Trata-se da Copa da Uefa, que geralmente é disputada por times que terminam na zona do 'quase'. Entre quarto e sexto, por aí. Bons times já ganharam a Copa da Uefa nos últimos anos, como Porto e Valencia (foto), pra ficar em apenas dois exemplos. A América do Sul tem alguma dificuldade para fazer um paralelo e tem tentado diversas competições, em especial na década de 90. Entre a Copa Sul-americana, a Pan-americana, a Mercosul, a Supercopa e a Recopa, uma se destacou pelo baixíssimo nível técnico: a Conmebol.

Para se ter idéia do que estamos falando, é interessante lembrar que a torcida do Santos considera que não foi campeã de nada entre 84 e 2002, mesmo tendo vencido o torneio em 98. Disputada entre 92 e 99, a Conmebol nunca teve grandes esquadrões campeões (por mais que os são-paulinos venham destacar o Expressinho de 94). Pelo contrário, ela sempre foi marcada pela atuação de times com pouca tradição.

Entre os argentinos, casos de equipes como Lanús e Colón, ou os colombianos do Deportivo Tolima. Entre os brasileiros (principalmente), a situação era tão gritante que permitia a participação de Vila Nova, São Raimundo, América-RN, Rio Branco-AC, Sampaio Corrêa e CSA. O caso dos alagoanos é o mais interessante: mesmo sem figurar entre as maiores forças da região, foi o Azulão do Mutange o primeiro time nordestino a chegar à final de uma competição continental.

A história da participação do CSA na Conmebol de 99 é, como foi dito, interessante. Semifinalista da Copa do Nordeste do mesmo ano (foto acima), o time não teria direito à vaga, que pertenceria ao campeão, Vitória. O rubro-negro recusou o convite, a exemplo do Bahia (vice) e do Sport (terceiro). O clube alagoano, despretensiosamente, aceitou.

A caminhada seria imprevisível e começaria contra o Vila Nova. Os azulinos venceriam em casa, com gols de Missinho e Mazinho, mas levariam o troco em Goiânia, com Junior e Reinaldo Aleluia (foto) devolvendo o 2x0 do jogo inicial. Mesmo jogando contra a torcida, o CSA venceu por 4x3 nos pênaltis.

Na segunda rodada, o time disputaria a primeira partida internacional de sua história. Contra o Estudiantes, na Venezuela, o time conseguiu segurar um 0x0, para vencer em Maceió por 3x1. Mimi, de pênalti, e Márcio Pereira, duas vezes, fizeram os gols da vitória. Ruberth Morán, também de pênalti, descontou para os visitantes.

A essa altura, a campanha do maceioenses já empolgava. Na semifinal, novo confronto nacional. Desta vez, o adversário seria o São Raimundo, que havia eliminado os peruanos do Sport Boys. No primeiro jogo, no Vivaldão, o Tufão da Colina venceu por um apertado 1x0, com um gol Marcos Luís, cobrando pênalti no segundo tempo, deixando muita emoção para o jogo da volta.

E não faltou emoção em Maceió. Fábio Magrão abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo, mas Marcelo Araxá empatou para os amazonenses seis minutos depois. O empate dava a vaga para o São Raimundo, que segurou o placar até o final do segundo tempo. Foi quando o artilheiro Missinho, no último minuto do jogo, conseguiu fazer o segundo e empatar a soma dos resultados, para desespero (e reclamação) do clube manauara. De nada adiantou a discussão, uma vez que a partida foi para novas penalidades. No final, 5x4 para o CSA, que garantiria vaga na final.

04 setembro 2006

quântica

Jair alargou um sorriso antes de abrir os olhos e havia um prazer novo em acordar naquela manhã. Era Neide que tinha o pau de Jair inteirando a boca e o engolia de uma voracidade matinal.

Nada de pão com manteiga: pica no café-da-manhã.

Jair, em semi-sono, remontou bem lento umas palavras de modo a parecer inteligente e assumir a posição de quem bem estava a fuder-lha boca. Mas as palavras decidiram-se sozinhas e o atropelaram em desajeito:

- Ora Neide! Deu de acordar-me pelo pau?

Neide fez que um engasgo com o pau a meia garganta, mas não ousou recuar; maneira alguma o faria! A chupada era insistente, fluída, e Jair já nem bem sabia se era por prazer que deixava Neide prosseguir ou se pelo bem do equilibrío universal. Temia que se interrompesse aquela chupada o pinto lhe fosse sumir ali mesmo entre os dentes amarelos, ou ainda que os átomos todos do universo se fossem negar a sustentar seus elos.

A mulher deu de dedilhar as bolas de Jair para após dar-lhes com a língua. E Jair, já sentia o coração pulsar-lhe no pau em euforia disritmada.

- Relaxa a glote mulher!

E forçou-lhe, pois, com três dedos repousados à nuca até os lábios conhecerem o talo. Jair sentiu a garganta de Neide sublinhar-lhe a cabeça do pau e logo pressentiu que iria ejacular ali mesmo, garganta abaixo, nutrir-lhe pela sonda grossa que lhe imperava as pernas cheias de pelos. Tremelicou indócil ao sentir o gozo se lhe formando e fez adiá-lo pensando na avó falecida untando-se de creme-10%-de-uréia.

Foi que o relógio apontou saudoso o horário comercial. O telefone, que assistia a tudo de uma tolerância incomum, decidiu, enfim, reclamar o fim daquela putaria descontrolada que tomava a cama por palco. A que Neide subiu os olhos pouco molhados, sofrendo antecipadamente os toques que seguiriam curso, irremediáveis, quanto o primário se apresentara. Jair alongou as costelas enquanto Neide assegurava-lhe a pélvis com as mãos e, pelo fim das costelas, alongou bem o braço que se findara na mão deduzindo os dedos. Puxou o sem-fio para ao pé do ouvido a que um nasalizado quis ressoar:

-"Parabéns pra você...nesta data querida...muitas felic..."

Sentiu que voaria se Neide ali não o estivesse a privar, e não soube mais que dizer, feito um sorriso maior que o primeiro:

- Ah! Minha mãe!

E, com ódio, Neide pensava se engolia ou se cuspia.

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crônica-pornô.
originalmente publicada em vibrissas.blogspot

Gepeto, uma criança como outra qualquer

Logo nos primeiros meses de vida, Gepeto apresentava uma espécie de demência que o levava a babar incessantemente. Seus pais, desesperados, procuraram médicos de toda sorte para tentar curar as mazelas da pobre criança.
Com o passar do tempo, o que parecia uma demência mirim, acabou se transformando em um bizarro poder de atrair pombas das mais variadas espécies (desde as tradicionais pombas urbanas de tamanho mediano ate as famosas "galudas" pombas radioativas de Santos, do tamanho de um pavão). O caso chamou atenção, logicamente, e a imprensa local não poupou esforços em trasnsformar Gepeto em uma espécie de aberração infanto-juvenil, chegando até mesmo a batizá-lo de "O Encantador de Palomitas".
Estigmatizado pela sociedade vil, Gepeto pai decide se mudar com a família para um bucólico cenário afastado de qualquer presença humana. O garoto passava horas a fio a divagar na penumbra da solidão em uma sacada secreta que só ele conhecia.
Um dia, brincando de "Tapete do Líbano" em sua suntoasa mansão campestre, Gepeto, agora adolescente, descobriu que podia fazer de sua brincadeira um meio de ganhar umas verdinhas sem ter de vender limonada caseira com gosto de solvente e água de poço.

O negócio do "Tapete do Líbano" dá certo e Gepeto entra no mundo dos negócios com sua própria empreiteira especializada na pintura de piscinas. Aqui, podemos perceber o árduo ofício de nosso herói, um verdadeiro touro indomável que superou as intempéries da vida. (Discursinho estilo Glória Maria).
Chega o momento da procriação, e, como naturalmente há de ser, Gepeto bota no mundo um herdeiro para ocupar o seu medíocre lugar na Terra. O fato é que as estranhezas acabaram por ocorrer novamente com nosso malogrado herói pícaro, e Gepeto não só descobriu que era potencialmente apto a conceber uma criança, como também tinha o dom da auto-fecundação passiva. Entretanto, Satoshi nasce com sintomas semelhantes aos do pai quando criança. Será o fim de uma saga? Não percam o próximo episódio de "Gepeto, uma criança como outra qualquer".

03 setembro 2006

The Worst Matrix Error Ever (ou Medo e Delírio no Bunker) pt.2

Realmente a situação tornava-se cada vez mais escabrosa. O sono já começava a abater alguns dos nossos companheiros e os que se mantinham acesos estavam com o nível de THC extremamente elevado. O frio passava a ficar mais rigoroso, lembrando-me dos tempos de exílio na antiga União Soviética.

Estávamos completamente bodiados, mal tinhamos forças para falar algo coerente, quando de repente aparece um novo personagem nesse filme trash. Quando eu o vi de relance, pensei que era só mais um pobre e inútil morador da cidade, mas uma análise mais aprofundada me fez reconhecer aquele rosto. Aquela fisionomia senil me era familiar. Vasculhei por alguns instantes minha debilitada memória fotográfica e logo descobri: puta merda, esse cara mora no meu prédio!! Mas antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, ele repetiu a frase que outrora pensara: "Meu, esse cara mora no meu prédio!!". Assim, da forma mais natural possível.

Silêncio. Por um bom tempo permanecemos calados, tentando assimilar o que acabávamos de ver. Tentei uma saída razoável para aquela situação. Mas antes que pudesse perguntar o que ele estava fazendo ali, ele deu as costas e sumiu na escuridão. Logo, a ficha caiu. A comoção era geral. "Impossível! Sacrilégio! Blasfêmia!", praguejava um público comovido. De fato, essa situação não tinha cabimento. Qual a probabilidade de um acontecimento dessa estirpe acontecer? Talvez nem a Nasa pudesse calcular algo de tal magnitude.

Enquanto, os presentes caiam em prantos e em louvores de devoção, resolvi dar uma passada ao banheiro. Naquele santuário espiritual, comecei a refletir, questionando-me se aquilo fora real. O destino garantiu que sim. Quando saí do banheiro, me deparei novamente com aquela criatura. Era um novo duelo, dessa vez cara a cara, homem a homem. Ele me fitava incansavelmente. Eu o encarava com igual rancor. Finalmente, tomei a decisão das decisões. Perguntei o que ele fazia ali e ele começou a falar coisas sem sentido, com metáforas descabidas. Novamente, quando tentei ir atrás de uma resposta mais clara, ele deu meia volta e partiu, só que dessa vez para sempre.

Talvez tivesse fugido porque nem mesmo ele soubesse o que fazia ali. Possivelmente ele estava tão atordoado quanto nós. Mas o fato é que poucos assimilavam aquilo como um fato criado pela realidade. Alguns imaginaram que aquilo fosse uma alucinação, criada por uma bad trip. Mas um dos presentes - certamente o menos sóbrio - foi mais longe. "Na certa aquilo foi um erro da Matrix", alegou. Um erro grotesco, diga-se por sinal.

O fato é que algum tempo depois nosso amigo motorizado chegou ao recinto. Não tivemos muito tempo para refletir antropologicamente sobre aquela cena digna de um teatro medieval. Mas, sem delongas, fomos sair e encher a cara.
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Originalmente publicado no site Epítetos Espiclondríficos

02 setembro 2006

The Worst Matrix Error Ever (ou Como me Tornei Mestre) pt.1

Os erros da Matrix são uma constante na vida humana. Analistas dizem que eles existem desde que o mundo é mundo, mas só ganharam o devido reconhecimento em 1999, por alguma razão desconhecida. Porém, certos erros são tão bizarros, tão hediondos, que certamente mudam toda uma concepção natural de mundo.

Este fato tem-se início na longíqua Guaratinguetá, onde eram realizados o XII (ou XIII na contagem extra-oficial) Jogos Universitários de Comunicação e Artes, também conhecido como JUCA. Era uma quinta-feira gelada de maio de 2005, onde alguns poucos presentes se encontravam no muquifo gentilmente apelidado de república para estudantes. Era um ambiente rodeado por substâncias ilícitas e por pessoas tão excêntricas que fariam Hunter S. Thompson se revirar na cova.

No pequeno grupo de pessoas, que contabilizavam em 7 indivíduos, dentre os quais dois anfitriões, nenhum se encontrava em estado formidável de pensamento. Estávamos totalmente esparramados naquela sala pequena, úmida e gelada - um detalhe interessante é que mesmo com o frio, a porta da entrada permanecia aberta. Mas tudo por uma causa nobre: esperar um dos nossos parceiros chegar ao recinto para irmos à uma balada.

Enquanto viajávamos mentalmente em razão dos estridentes gritos de Janis Joplin, cujo cd tocava num misterioso carro do lado de fora da casa - bom, a verdade é que ninguém teve forças para ir lá ver de quem era -, ficávamos fisicamente inertes, com os pensamentos para si. Até que resolvemos conversar sobre uma bobagem qualquer. Num nível de demência sem tamanho, começamos a falar sobre um mundo utópico regido por engradados de cerveja e afins (um lugar melhor para se viver, diga-se de passagem, mas isso é um tema para um outro tópico). Pouco tempo depois, nossa conversa encerrou-se e tivemos que voltar àquela situação constrangedora anterior, só que sem um som ambiente para embalar nossas esvoaçantes cabeças.

Então, eis que, repentinamente, o som de uma gaita rompe o silêncio. As teorias não demoraram a aparecer. Será um fantasma? Será o espírito de um prisioneiro de Alcatraz? Será Bill, depois de abandonar sua flauta e as espadas Hattori Hanzo e adotar um novo instrumento? Provavelmente não, pois um dos residentes logo revelou ser o autor da melodia, mostrando sua pequena harmônica. Porém, isso em nada alegrou as nossas almas. "É nessas horas que dou valor a um Playstation com Winning Eleven", disse um dos presentes. "Até tinhamos, mas acabamos emprestando pra uns caras aí", salientou o anfitrião. Realmente era uma quinta-feira estranha de Maio. Mas isso era só o começo da noite... (continua)
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Originalmente publicado no site Epítetos Espiclondríficos

01 setembro 2006

Sex symbol, baby!

E o "novo" sex symbol que vem varrendo o país é...


Seria uma versão GG da Jennifer Lopez?


Preta Gil!!!

Uma mulher de atitude! A Cleópatra nacional! Uma mulher feia e chata que tanta convencer os outros que sabe cantar, que é gostosa, que é bonita, que é simpática, e que acaba dando pra um monte de gente. Te contar... O que essa mulher quer? O que essa daí pensa da vida? Puta mulherzinha insuportável! Tá louco... Versão Super Size Me da Jennifer Lopes!

Imagine uma pessoa que ninguém gosta, mas que tá em todas. A filha de Gilberto Gil é uma legítima arroz-de-festa, mas sem o mínimo de carisma. Aquela risada dela é a coisa mais porca do mundo!

Esse texto ficou com cara de "texto de fotolog", mas é imprescindível que alguém fale mal da Preta Gil. Francamente, tomara que eu seja o último a falar dela!

Preta Gil: o sex symbol que envergonha o país.