De olho em Pavlyuchenkova
Qualquer um que acompanhe um pouco melhor o tênis feminino reconhece que a Rússia tem apresentado algumas das melhores representantes do esporte nos últimos anos. Além de ter Maria Sharapova, Svetlana Kuznetsova e Anna Chakvetadze em excelente momento, o país ainda conta com Dinara Safina, Nadia Petrova, Elena Dementieva e Vera Zvonareva entre as melhores do mundo na atualidade no ranking da WTA, ainda que passando por fases irregulares.
Mas mesmo um celeiro tão fértil quanto o Leste Europeu ainda tem espaço para mais uma revelação. Por isso, o nome de Anastasia Pavlyuchenkova deve ser olhado com atenção nos próximos anos, sob o risco de termos logo outra top ten da WTA e potencial vencedora de títulos importantes.
Não é para menos que se cria tamanha expectativa na Rússia em torno do nome de Pavlyuchenkova. Profissional desde dezembro de 2005, esta tenista destra e fã de quadras de piso rápido deixou uma bela imagem entre as juvenis da ITF, conquistando os Abertos da Austrália (foto) e dos EUA da categoria no ano passado. De quebra, ainda mostrou versatilidade e faturou os títulos de duplas na Austrália, de Roland Garros e de Wimbledon, além do Mundial Juvenil da ITF do mesmo ano.
Não se trata apenas de um belo cartão de visitas, mas dos primeiros resultados de uma longa aposta. Nascida em 3 de julho de 91, Anastasia foi apresentada ao esporte logo aos seis anos pelos pais, Sergey e Marina, ambos treinadores. Até hoje, a mãe é companhia freqüente em suas viagens – a exemplo de seu irmão e técnico, Aleksandr. Ou seja; não é de hoje que a garota dedica seu tempo a se tornar uma das melhores do mundo, o que lhe garantiu uma experiência vasta e precoce, domínio de três idiomas – russo, inglês e tcheco – e o curso paralelo do primeiro ano do Sportivniy Licey, equivalente ao Ensino Médio no Brasil. Todos muito bem administrados, diga-se de passagem.
A russa ainda não conquistou torneios profissionais Tier I ou Tier II da WTA, mas os resultados de sua primeira temporada completa mostram que eles são questão de tempo. Logo em março de 2006, ela caiu nas quartas-de-final do future de São Petersburgo, sua terceira competição oficial, perdendo para a compatriota Alla Kudryavtseva (número 103 do mundo). O resultado não impediu que ela conquistasse o título das duplas no torneio, atuando ao lado de Yulia Solonitskaya.
Pensa que acabou? Em seu retorno às quadras, no mês de maio, foi a vez de conquistar o future de Casale, na Itália, onde ainda ficou com o vice-campeonato da chave de duplas. Na campanha até o título, ela passou pela italiana Anna Floris, principal favorita, logo na segunda rodada; na seqüência, Pavlyuchenkova despachou a também russa Irina Smirnova, sua parceira nas duplas, antes de vencer a final contra a italiana Stefania Chieppa, cabeça-de-chave número dois.
Bem que a russa tentou queimar etapas e arriscar a sorte em torneios WTA antes da hora, mas acabou eliminada logo na estréia do torneio de Moscou, em outubro. A adversária era ninguém menos do que a tcheca Nicole Vaidisova, décima melhor tenista do mundo na atualidade e que levou a melhor com um duplo 6/3. No mês seguinte, Pavlyuchenkova ainda foi vice-campeã do future de Minsk.
Tudo isso fez com que a estreante russa terminasse sua primeira temporada como a número 402 do mundo. Parece ruim? Sua chegada à terceira rodada do qualifying do Aberto da Austrália deste ano (foto) e na segunda rodada do torneio de Minsk mostram que não, jogando esta fã de Ashton Kutcher, Pink e Marcos Baghdatis para a 282ª colocação do ranking da WTA em março, sua melhor posição na curta carreira.
Desde então, Pavlyuchenkova disputou apenas quatro partidas, vencendo uma e perdendo três. Acabou caindo para a 304ª colocação da lista das melhores tenistas profissionais do mundo, o que precisa ser observado com carinho mesmo assim. Se compararmos a posição do ranking no final de sua temporada de estréia com o equivalente de algumas das principais tenistas da atualidade, a jovem revelação russa fica atrás da belga Justine Henin (226ª em 98) e da russa Maria Sharapova (186ª em 2002), mas supera com folga a francesa Amélie Mauresmo (827ª em 94) e a também russa Svetlana Kuznetsova (889ª em 2000). Por isso, não seria surpresa ver Pavlyuchenkova entre as 100 melhores do mundo já neste ano, as 50 melhores em 2008, as 20 melhores em 2009...
Imagens: JuniorTennis.com (Aberto da Austrália 2006), WTA/Divulgação (Perfil) e Aaron Francis/Getty Images (Aberto da Austrália 2007).
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Mas mesmo um celeiro tão fértil quanto o Leste Europeu ainda tem espaço para mais uma revelação. Por isso, o nome de Anastasia Pavlyuchenkova deve ser olhado com atenção nos próximos anos, sob o risco de termos logo outra top ten da WTA e potencial vencedora de títulos importantes.
Não é para menos que se cria tamanha expectativa na Rússia em torno do nome de Pavlyuchenkova. Profissional desde dezembro de 2005, esta tenista destra e fã de quadras de piso rápido deixou uma bela imagem entre as juvenis da ITF, conquistando os Abertos da Austrália (foto) e dos EUA da categoria no ano passado. De quebra, ainda mostrou versatilidade e faturou os títulos de duplas na Austrália, de Roland Garros e de Wimbledon, além do Mundial Juvenil da ITF do mesmo ano.
Não se trata apenas de um belo cartão de visitas, mas dos primeiros resultados de uma longa aposta. Nascida em 3 de julho de 91, Anastasia foi apresentada ao esporte logo aos seis anos pelos pais, Sergey e Marina, ambos treinadores. Até hoje, a mãe é companhia freqüente em suas viagens – a exemplo de seu irmão e técnico, Aleksandr. Ou seja; não é de hoje que a garota dedica seu tempo a se tornar uma das melhores do mundo, o que lhe garantiu uma experiência vasta e precoce, domínio de três idiomas – russo, inglês e tcheco – e o curso paralelo do primeiro ano do Sportivniy Licey, equivalente ao Ensino Médio no Brasil. Todos muito bem administrados, diga-se de passagem.
A russa ainda não conquistou torneios profissionais Tier I ou Tier II da WTA, mas os resultados de sua primeira temporada completa mostram que eles são questão de tempo. Logo em março de 2006, ela caiu nas quartas-de-final do future de São Petersburgo, sua terceira competição oficial, perdendo para a compatriota Alla Kudryavtseva (número 103 do mundo). O resultado não impediu que ela conquistasse o título das duplas no torneio, atuando ao lado de Yulia Solonitskaya.
Pensa que acabou? Em seu retorno às quadras, no mês de maio, foi a vez de conquistar o future de Casale, na Itália, onde ainda ficou com o vice-campeonato da chave de duplas. Na campanha até o título, ela passou pela italiana Anna Floris, principal favorita, logo na segunda rodada; na seqüência, Pavlyuchenkova despachou a também russa Irina Smirnova, sua parceira nas duplas, antes de vencer a final contra a italiana Stefania Chieppa, cabeça-de-chave número dois.
Bem que a russa tentou queimar etapas e arriscar a sorte em torneios WTA antes da hora, mas acabou eliminada logo na estréia do torneio de Moscou, em outubro. A adversária era ninguém menos do que a tcheca Nicole Vaidisova, décima melhor tenista do mundo na atualidade e que levou a melhor com um duplo 6/3. No mês seguinte, Pavlyuchenkova ainda foi vice-campeã do future de Minsk.
Tudo isso fez com que a estreante russa terminasse sua primeira temporada como a número 402 do mundo. Parece ruim? Sua chegada à terceira rodada do qualifying do Aberto da Austrália deste ano (foto) e na segunda rodada do torneio de Minsk mostram que não, jogando esta fã de Ashton Kutcher, Pink e Marcos Baghdatis para a 282ª colocação do ranking da WTA em março, sua melhor posição na curta carreira.
Desde então, Pavlyuchenkova disputou apenas quatro partidas, vencendo uma e perdendo três. Acabou caindo para a 304ª colocação da lista das melhores tenistas profissionais do mundo, o que precisa ser observado com carinho mesmo assim. Se compararmos a posição do ranking no final de sua temporada de estréia com o equivalente de algumas das principais tenistas da atualidade, a jovem revelação russa fica atrás da belga Justine Henin (226ª em 98) e da russa Maria Sharapova (186ª em 2002), mas supera com folga a francesa Amélie Mauresmo (827ª em 94) e a também russa Svetlana Kuznetsova (889ª em 2000). Por isso, não seria surpresa ver Pavlyuchenkova entre as 100 melhores do mundo já neste ano, as 50 melhores em 2008, as 20 melhores em 2009...
Imagens: JuniorTennis.com (Aberto da Austrália 2006), WTA/Divulgação (Perfil) e Aaron Francis/Getty Images (Aberto da Austrália 2007).
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