Amor, estranho amor

Uma notícia na capa do portal Terra chamou muita atenção na quinta-feira, dia 26 de abril. Segundo a nota, a ex-BBB 7 Íris preferia passa fome a fazer filmes pornôs. Promovida a celebridade instantânea pelo reality show da Rede Globo, a mineira teria sido convidada pela produtora Brasileirinhas (que desmentiu o convite no mesmo dia) a participar de uma de suas produções.
O que há de novo nisso? Simples. Ela não vai fazer o filme, mas o mercado pornográfrico do Brasil agradece a atenção - e as especulações - da qual tem sido pivô nos anos mais recentes. A produção pornográfica brasileira tem passado por um período de ascensão - ou melhor, de aceitação - jamais visto. Antes relegado às subproduções desconhecidas escondidas em videolocadoras, o pornô nacional hoje se dá ao luxo de produzir títulos conhecidos, com atores famosos e de se envolver em boatos com nomes que passam pelo auge de sua fama, por mais fugaz que ela seja.
Íris jamais vai ser uma Gisele Bundchen. Talvez sequer chegue a uma Cristina Mortágua. Porém, pelos próximos meses ela poderá nadar de braçada nas festas VIPs, nos camarotes de micaretas e em eventos de revistas. Ou seja: não precisa mesmo dar sua contribuição a uma fita de sexo explícito. Porém, seja o convite verdadeiro ou não, o mercado pornográfico brasileiro hoje parece ter cacife suficiente para bancar uma contratação de nome como seria a dela hoje.

Quatro anos depois do debut de Frota, o mercado pornográfico do Brasil hoje pode se gabar de contratar nomes conhecidos da mídia em geral. Regininha Poltergeist, por exemplo, já teria assinado contrato para três filmes. Para Alexandre Frota, a nova carreira se mostrou mais promissora do que a convencional: foram sete filmes entre 2003 e 2006, sendo que o oitavo está sendo rodado com Márcia Imperator. Na carreira cinematográfica convencional, enquanto não perdeu espaço, foram apenas seis as películas filmadas entre 84 e 91. Para nomes como Gretchen e Rita Cadillac, foi a volta à condição de musa e a conquista de novos “fãs” de seus atributos. E fazendo um trabalho que, vá lá, não difere tanto assim do que elas já faziam.

Ainda vai demorar para que o Brasil aceite esse novo mercado, mas Frota não pode reclamar dos frutos que vem colhendo desde mudou de ramo. Talvez a ex-BBB Íris não goste muito do convite agora, mas é fato que o pornô brasileiro passa por seu melhor momento. Talvez no futuro, esse espaço possa ser explorado de maneira mais comercial, e ela se arrependerá. Tudo graças ao “sim” de Alexandre Frota em 2003.
Imagens: Marcelo Corrêa/Divulgação (Íris), Brasileirinhas/Divulgação (Frota) e Sports Illustrated (Jenna Jameson)
É sempre interessante observar como programas de alta visibilidade à la Big Brother funcionam como trampolim de celebridades instantâneas. É ainda mais curioso refletir sobre os porques desse fascínio que despertam as tais "celebridades". Pobre vulgo. Diria nosso amigo Espinosa que aqueles que estimam a honra acima de tudo, vivem à mercê dos caprichos dos outros. São eternos reféns da opinião alheia. Bom texto, Mané. Abraços!
Posted by
Yuri |
domingo, abril 29, 2007