31 agosto 2006

Opinião: A Invasão dos Bárbaros Levianos


A Internet comercial está fazendo 15 anos e começou com uma boa intenção: conectar o mundo inteiro de uma maneira simples e rápida. Porém, em pouco tempo, a juventude brasileira conseguiu transformar boas idéias na web em coisas para imbecis. Banalizaram o ciberespaço de tal forma que Pierre Lévy ficaria pasmo com tanta inutilidade.

Tudo começou com os blogs. A facilidade em criar um site e a possibilidade de atualizá-lo constantemente levou inúmeros adolescentes a criar a sua própria página, recheada de coisas de utilidade discutível. Os textos costumavam narrar as peripécias do dia-a-dia da meninada, repleto de erros gramaticais crassos. Os blogs só voltaram a ganhar algum respeito quando estes mesmos adolescentes migraram para os fotologs, novamente recheando-os com coisas de utilidade discutível.

Daí, surgiu o tal do Orkut. Ah, tantas possibilidades que este novo site trazia encantava aos olhos mais sensíveis. Mas o que era para ser uma rede de amigos virou uma rede de egos. Perfis com mais de mil contatos viraram rotina durante as minhas andanças pelo desprestigioso site. E, como se não bastasse isso, os jogos passaram a ser regra. Qualquer comunidade que se preze tem um jogo para animar o clima dos jovens pueris.

Mas a onda agora é usar o Yahoo! Respostas como novo meio de propagação de inutilidade. O que era para ser um novo meio de se obter conhecimentos obscuros, para variar, virou um bordel. Só para ter um gostinho de tamanha bobajada, saca essas:
E certamente os próximos da lista serão o YouTube e o Flickr. Se bem que a julgar por isso e por isso, a invasão é só uma questão de tempo.

30 agosto 2006

Mário, simplesmente...Mário.

O futebol soviético do século XXI - parte III

O caso da seleção soviética seria ainda mais emblemático. O goleiro russo Akinfeev abriria a escalação que teria o georgiano Kaladze, o bielorrusso Hleb e os ucranianos Shevchenko e Rebrov (este, na reserva). A parte da seleção, convenhamos, é bem mais divertida do que a de clubes.

Como os jogadores não seriam negociados para o exterior, é bem provável que Andriy Shevchenko continuasse a formar a dupla de ataque do Dínamo de Kiev com Serhiy Rebrov que deu bastante trabalho (de verdade, para quem se lembra) na Liga dos Campeões de 98-99, eliminando o Real Madrid e só parando nas semifinais contra o Bayern de Munique. Hleb e Kutuzov teriam igualmente permanecido no FK BATE Borissov, da cidade de Borissov, em Belarus, e não teriam ido para o futebol alemão e italiano, mas talvez tivessem ido para clubes mais tradicionais da URSS, como Dnepr Dnepropetrovsk e Spartak Moscou.

Era natural que, unida, a União Soviética se mantivesse fortalecida em competições internacionais, como a Eurocopa (na foto, a final de 88, contra a Holanda) e a Copa do Mundo. Em 96, comandados por Oleg Salenko e Aleksander Borodjuk, os vermelhos liderariam o Grupo 8 da Euro, deixando escoceses, gregos e finlandeses para trás. Na fase final, passaria em primeiro lugar no Grupo C, deixando a Alemanha em segundo lugar e eliminando tchecos e italianos. Nas quartas, passaria pela sensação, a Croácia de Suker e Boban. Nas semi, bateriam os anfitriões ingleses nos pênaltis após um empate em 2 a 2, gols de Shearer (artilheiro da Euro, com sete gols) e Sheringham pela Inglaterra, e Yuran e Mostovoi pelos soviéticos. Na final, enfrentariam os mesmos alemães da primeira fase, que venceram os franceses com dois gols de Bierhoff. Blanc teria feito para a França nos acréscimos. Na decisão, após um 0 a 0 no tempo normal, Kharine defenderia o pênalti de Oliver Bierhoff. Karl-Heinze Riedle mandaria para fora, e Mathias Sammer na trave, para dar o segundo título continental para a seleção, que chegaria a Moscou com festa.

A base desta seleção chegaria com moral para a Copa de 98, mas cairia na primeira fase. Com fracassos semelhantes na Euro 2000, disputada na Holanda e na Bélgica, e na Copa de 2002, onde seria eliminada nas oitavas-de-final, a população soviética clamaria por uma renovação. Comandada pelo técnico - ucraniano - Oleg Blokhin (foto), em conjunto com - o russo - Alexander Borodjuk, que voltaria para assumir as categorias de base da CCCP em 2000, o time ganharia uma base mais incrementada, que contaria com jogadores de Rússia, Ucrânia, Geórgia e Bielorrússia, deixando outras regiões, como Estônia, Letônia, Lituânia, Azerbaijão e Quirguízia de lado.

A base do time seria a seguinte:

Igor Akinfeev: Goleiro russo, que sempre defendeu a meta do CSKA Moscou. Suas boas atuações na Vysshaja Liga vinham fazendo a torcida de outros clubes pedir sua convocação, em detrimento do experiente Sergei Ovchinnikov, do Dínamo de Moscou.

Oleg Gusiev: Lateral-direito do Dínamo de Kiev, o ucraniano atuava originalmente como ala pelo mesmo lado do campo. Suas constantes subidas ao meio-campo costumam municiar o ataque, mas deixam um bom espaço em suas costas.

Sergei Ignashevich: Revelado pelo Krylia Sovetov, o zagueiro central russo é experiente e seguro, e já passou por alguns dos clubes mais tradicionais da União Soviética, como Lokomotiv Moscou e CSKA.

Kakhaber ‘Kakha’ Kaladze: Quarto zagueiro georgiano, apareceu no Dínamo Tbilisi e recusou oferta do Milan em 2001 para defender o Dnepr Dnepropetrovsk.

Andriy Nesmachniy: Ucraniano de nascimento, o problema do lateral-esquerdo é exatamente o contrário do homem da direita. Zagueiro de origem, o atleta do Dínamo de Kiev dá pouca criatividade ao flanco esquerdo. Mas é uma fortaleza para fechar.

Aleksey Smertin: Revelado pelo Uralan Elista, o experiente volante russo é um dos pilares do meio-de-campo de Oleg Blokhin. Atualmente defende as cores do Dínamo de Moscou.

Aleksandr Hleb: Escalado como segundo volante, o bielorrusso não gosta muito de fazer a função de homem de contenção. Revelado no BATE Borissov e legítimo carregador de piano do Dnepr Depropetrovsk, costuma deixar espaços no meio, o que faz com que a torcida peça para que seu lugar seja ocupado pelo russo Evgeni Aldonin, do CSKA. Já recusou propostas de Stuttgart e Arsenal. Ah, por fim: é o capitão da equipe.

Levan Kobiashvili: Observado pelo Schalke 04, o meia da Geórgia tem uma passagem apagada pelo Alania no currículo. Revelado pelo Dínamo Tbilisi, está longe de ser criativo, mas é bastante aguerrido e dono de um chute certeiro de longe. É titular no Shinnik Yaroslav.

Maksym Kalinichenko: Homem mais perigoso e criativo do meio-campo soviético, o ucraniano Kalinichenko é o rei das assistências na Liga Soviética. Atuando pelo Spartak Moscou, costuma ser o elemento-surpresa das equipes por onde passa.

Andriy Voronin: O atacante ucraniano abandonou o futebol alemão para atuar pelo Chernomorets Odessa, onde é ídolo. Na seleção, suas atuações são bastante questionadas pela torcida, que clama pelo jovem Ivan Sayenko, outro pretendido pelo Schalke 04.

Andriy Shevchenko: Melhor jogador da Europa em 2004, o ucraniano não consegue brilhar na seleção soviética. Mesmo assim, fica nos pés dele a responsabilidade de marcar os gols da seleção de Blokhin. Seu reserva imediato, o bielorruso Vitali Kutuzov, não tem muitas chances.

Com base nesse time, os soviéticos se classificaram com folgas para a Copa do Mundo de 2006, e deram a sorte de pegar um grupo com poucas surpresas. Ao lado da Espanha, foram para o Grupo H, que ainda tinha Arábia Saudita e Tunísia. Na primeira fase, o time estrearia dando motivos de sobra para desconfiança e levaria 4 a 0 da Fúria. Porém, devolveria o placar nos sauditas e chegaria ao terceiro jogo, contra os tunisianos precisando de uma vitória simples. Ela veio, com um gol de Kobiashvili.

Nas oitavas-de-final, passariam pela até então invicta Suíça por 3 a 1, com gols de Kalinichenko, Shevchenko e Kutuzov. Barnetta descontaria para os helvéticos, que se despediriam. Então nas quartas, a seleção de Oleg Blokhin faria uma das melhores partidas do Mundial da Alemanha, empatando em 2 a 2 com a Itália no tempo normal. Na prorrogação, em pênalti mais do que duvidoso convertido por Luca Toni selaria a passagem da Azzurra para a semifinal. O time do técnico Marcello Lippi acabaria campeão, e a União Soviética confirmaria a fama de ser constantemente prejudicada pelas arbitragens.

29 agosto 2006


Apenas um devaneio...
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Ainda fornicarei:

- em um carrinho de supermercado
- em uma caixa de papelão da Campanha do Agasalho
- naquele cantinho secreto da sala do 1º JO-C
- no tubo da “massagem aquática a seco” do Shopping Ibirapuera
- em uma piscina de bolinhas
- no brinquedão de um buffet infantil
- em uma Lamborghini Diablo preta
- em um Caixão de aço
- na escada de alguma sala do Cinemark
- em uma ambulância
- no mini-“jardim” do pedaço da pizza
- na gaiola da Love Story
- em um andaime beirando o teto da Capela Sistina
- nas asas de um planador
- no capô de um Mazda
- no elevador para deficientes físicos do metrô
- em uma cabine de fotos 3x4
- em uma cadeira de Shiatsu no aeporto de Guarulhos
- em uma canoa no meio do Rio Amazonas
- na arquibancada de Cásper x Mackenzie no JUCA
- em um Zeppelin
- em um iglu
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Mais idéias?

Sobre trânsito, buzinas e um pouco de insanidade

Se a felicidade do cachorro está no rabo, a felicidade do paulistano está naquele apetrecho circular dos volantes, comumente conhecido por buzina, apenas. Fico me perguntando o porque dessa relação visceral entre paulistanos e suas tão amadas...buzinas. Pare para observar uma rua movimentada de São Paulo por apenas cinco minutos e você terá o prazer (ou desprazer) de presenciar o homo paulistans em seu habitat natural, fazendo aquilo que a natureza lhe impele como o cerne de sua existência cósmica, isto é, buzinar. Se um pobre infeliz pára por dois míseros segundos na "pole position" do semáforo quando o circulosinho verde acende, já é logo alvejado com rajadas de buzinadas de seus desafetos retardatários, descontentes com a "perda" de alguns milésimos-de-segundos-de-vida. Basta um começar a ensaiar uma buzinadinha para que outro entre na roda, e, tão logo, temos um magnífico coro dissonante de frenéticos motoristas, com os olhos vidrados, vermelhos, babando pelas beiradas, mastigando pedaços de borracha com seus dentes desgastados pelo alcatrão e cuspindo-os (os dentes e os pedaços de borracha) violentamente contra o vidro do condutor vizinho. "Meu bom homem, por quê você buzina?", pergunto despropositadamente para um senhor com faces de conservador de meia-idade montado em seu BMW azul-marinho. "Bem, eu, é...eu preciso, ok? Você tem algum problema com isso, seu bostinha? Saiba que quando eu não buzino...é, é um verdadeiro inferno, um terror mesmo. Começo a me vomitar todo, minhas pernas tremelhicam inquietamente, minha visão fica desfocada e...ora, por quê eu perco tempo com você? O sinal abriu e estão buzinando!". Viu só, não disse? Mas não são todos assim, essa coisa de olho desfocado é frescura. Uma vez vi um sujeto de cócoras na calçada. Tinha os olhos fixos no horizonte, pendia para frente e para trás com frequência. Os dentes rangiam, a barba por fazer e um volante de plástico na mão esquerda. "Perdi minha buzina, perdi minha buzina...", praguejava em tom choroso com os olhos marejados. Estórias estranhas de um tempo insólito.

27 agosto 2006

O futebol soviético do século XXI - parte II

Com a manutenção do status quo do futebol soviético, pouca coisa mudaria. É importante salientar que a presença majoritária de clubes russos nas divisões de “Sovieticão” era uma manobra política de Moscou, relegando clubes de regiões mais afastadas da Klass A, e mesmo de divisões inferiores. Isso acarretaria um enfraquecimento da liga local, que mesmo assim, ainda se manteria competitiva, graças aos subsídios de cada órgão vinculado aos clubes.

A elite do futebol vermelho contaria com 18 equipes: Spartak Moscou, Dínamo de Kiev, Torpedo Moscou, Dnepr Dnepropetrovsk, Zalgiris Vilnius, Chernomorets Odessa, Metallist Harkov, Dínamo de Moscou, Dínamo de Misnk, Rotor Volgogrado, Dínamo Tbilisi, Ararat Erevan, Pamis Dushanbe, Lokomotiv Moscou, Zenit Leningrad, CSKA Moscou e FC Moscou. Neste cenário, o Rotor Volgogrado não teria falido (o que aconteceu em 2004) e o Zenit Sankt-Petersburg, evidentemente, continuaria a ser o Zenit Leningrad. Só fica difícil saber se o FC Moscou continuaria a ser o Torpedo-Metallurg. Spartak Moscou e Dínamo de Kiev (foto) brigariam pelo título, com Dnepr Dnepropetrovsk vindo logo atrás.

A segunda divisão manteria alguns times que perderam força no cenário local após a queda do regime e times que apareceram na década de 90, como Bangu e São Caetano, para dar exemplos brasileiros. A Sovetskikh Pervaja Liga (evidentemente, Klass B), também com 18 clubes (orientação recente da Fifa), teria Skonto Riga, Sport Tallinn, Krylia Sovetov Samara, Shinnik Yaroslav, Saturn Moskovskaya Obalst, Rubin Kazan, Amkar Perm, Alania Vladikavkaz, Kuban Kraznodar, Saturn Ramesnkkoe, Luch-Energiya, Uralan Elista, Dínamo Stravopol, Fakel Voronezh, Tavrija Simferopol, Metallurg Zaporozhie, Neftço Baku e Metalurh Donetsk.

Alguns clubes de pouca tradição estariam em divisos inferiores, como a Vtoraja Liga, e amadoras, que classificariam para a Copa Soviética. São casos de FK Amur, Anzhi Makhachkala, FK Ural, Lokomotiv Chita, Obolon Kiev, Metalist Kharkiv, FC TVMK Tallinn, FC Levadia Tallinn, Terek Grozny, Tom Tomsk, Kairat Alma-Ata, Torpedo-ZIL, Sokol Saratov, Rostselmash, entre outros.

Em termos continentais, o Dínamo de Kiev seria uma das maiores, senão a maior potência soviética. O time já havia se consagrado como campeão da extinta Recopa européia de 75, e iria a repetir o feito em 86. Somente o Dínamo Tbilisi haveria conseguido tal feito, em 81. A equipe ucraniana ainda conquistaria a Liga dos Campeões de 99, depois de bater Bayern de Munique nas semifinais (foto) e o Manchester United na decisão, no Camp Nou. O CSKA conseguiria um título de Copa da Uefa em 2005, ao vencer o Sporting Lisboa.

26 agosto 2006

E Por Falar em Anos 80...

Conheçam Alexander Seymour Smith, um pacato fidalgo de Los Angeles que é considerado o primeiro a assinar o nome ASS (bunda, popô, anca) no placar de um jogo de fliperama. Mas o pioneirismo teve um árduo preço: Smith chegou a jogar 7 horas de Ms. Pacman para realizar seu feito. Porém, ele teve seu merecido reconhecimento neste mini-documentário de 4 mins.



Destaque para sua luvinha de couro na mão direita e para o naipe do seu rival DIK (jeba, trolha), que usa um curioso adorno pendurado na orelha esquerda.

O futebol soviético do século XXI - parte I

Muito além da política, da exótica catedral de São Basílio e do carrancudo Kremlin, a União Soviética sempre foi uma potência esportiva, seja em âmbitos futebolísticos ou em outras formas atléticas. Em campo, foram dois ouros olímpicos, uma Eurocopa, uma Recopa e uma Copa da Uefa durante o século XX. Porém, foi notável como as nações perderam o poderio que tinham com a fragmentação da URSS. É fácil observar que a Rússia, principal herdeira de todo o legado, não é uma competidora de destaque em grande parte dos esportes olímpicos (exceções feitas ao vôlei feminino, à ginástica, à saltadora Yelena Isinbayeva e à natação, por exemplo). O que dizer então de países com ainda menos representatividade, como Azerbaijão e Armênia? Mesmo a Ucrânia, segundo país da Europa em extensão territorial, demorou mais de uma década para aparecer de forma relativamente consistente no cenário futebolístico.

É inegável que, na esfera desportiva, os ex-soviéticos perderam espaço com a ruína da antiga nação. Torna-se tentador assim pensar o que teria acontecido se o bloco comunista do Leste Europeu permanecesse firme e forte, comandado por alguém (que não seria Vladimir Putin) com pulso firme. Mas como isso poderia se refletir nos campos de Moscou, Kiev, Tbilisi, Leningr... Opa, São Petersburgo, Vladivostok, Tbilisi e Tallinn?

Antes de começarmos o filé mignon deste exercício de criatividade, é necessário que se contextualize o cenário. Afinal, não é só pegar meia dúzia de russos e ucranianos, botar umas camisas vermelhas e achar que eles formam uma seleção. Há todo um contexto por trás do ‘atual’ futebol da maior república do mundo.

Durante a era soviética, os salários dos clubes locais não passavam de US$ 300 por mês por jogador e as equipes sequer negociavam atletas para o exterior. Tanto que o goleiro Lev Yashin, o “Aranha Negra” (foto), jogou toda a carreira, entre 51 e 70, no Dínamo de Moscou. Os prêmios por conquistas européias, como carros (presumivelmente Ladas) e apartamentos, eram pagos pelo governo. As eventuais glórias, lógico, eram tidas como verdadeiras propagandas do governo.

Com o fim do regime soviético, os clubes que antes eram dominados pelo governo tornaram-se patrimônio de empresários bilionários, em geral do setor energético. O CSKA, por exemplo, era o clube do exército e o Dínamo de Moscou era controlado pela KGB. Com isso, os clubes ganharam grandes – e suspeitos – investimentos, trazendo jogadores da Europa, da África e da América do Sul. Recentemente, o Zenit St. Petersburg contratou o técnico holandês Dick Advocaat, que comandou a Coréia do Sul no Mundial da Alemanha. Exemplos como este transformaram a Rússia em uma Espanha em menor escala. Ou seja: os times investem para trazer grandes nomes de fora, mas não investem na base de seus "meninos", o que enfraquece o poderio da seleção local no futebol.

Hoje, os clubes russos e ucranianos recebem grandes quantias em dinheiro, o que tem se convertido em avanço para fora dos âmbitos locais, como o título da Copa da Uefa conquistado pelo CSKA sobre o Sporting Lisboa na temporada 2004-2005 (foto). O time era patrocinado pela petrolífera Sibneft, comandada por Roman Abramovich (mandatário do Chelsea), mas trocou a marca na camisa por um banco local. O Dínamo tenta não ficar atrás e recebe US$150 milhões por ano de seu dono, Alexei Fedorychev.

O futebol russo hoje movimenta entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões por ano.
De olho em tamanha invasão de estrangeiros, o Ministro dos Esportes da Rússia Vyacheslav Fetisov decretou que os times podem entrar com até cinco jogadores estrangeiros em campo. Segundo ele, os clubes gastam até US$250 milhões por ano, o que poderia ser investido - e como - no futebol local.

Explicado como é hoje, vamos imaginar como seria. Imaginem que o sonho de Stalin não ruiu e que Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Geórgia, Uzbequistão, Casaquistão, Azerbaijão, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Armênia, Turcomenistão, Letônia, Estônia e Lituânia formassem uma única nação. Como seria isto na esfera esportiva, especificamente futebolística, nos níveis de clubes e seleção?

Algumas coisas são previsíveis. Fora Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Geórgia e, mais de longe, Estônia, Letônia e Lituânia, as demais regiões teriam pouca representatividade esportiva. Por mais que se queria, o goleiro estoniano Mart Poom, do Arsenal, não seria titular da USSR e o Pyunik, atual líder do Campeonato Armênio (haja coração!) dificilmente estaria na primeira divisão soviética. Imagine o Uliss Yerevan então, que é o lanterna.

Sem dúvida, o futebol soviético seria dominado por equipes russas e ucranianas. Um ou outro clube da Geórgia, como o Dínamo Tbilisi, figuraria na Sovetskikh Vysshaja Liga, ou a Primeira Divisão Soviética, também conhecida como Klass A.

A manutenção da USSR manteria, evidentemente, as políticas internas. Logo, os investimentos milionários em clubes diminuiriam, o que não permitiria a ascensão de clubes emergentes, como é o caso do Shakhtar Donetsk. Em resumo: é bem provável que as mesmas equipes tradicionais estivessem na Vysshaja Liga, como seriam os casos de Dínamo de Kiev (maior campeão nacional, com 13 títulos até o fim da URSS), Spartak Moscou (logo atrás, com 12), Torpedo Moscou e Dnepr Dnepropetrovsk.

25 agosto 2006

No Tempo em que Víamos Gigantes

Houve um tempo em que a tevê brasileira atingiu seu ápice de qualidade e excelência: era o tempo em que existia a TV Manchete. Naquela época assistíamos clássicos dos enlatados nipônicos, como Black Kamen Rider, Patrine e Jiban, além das altas tretas no Cavaleiros do Zodíaco e da pelada marota no Super Campeões. Além disso, havia também um evento que diariamente, antes do sacro jantar, costumava juntar centenas de milhares de pessoas na frente de seus respectivos televisores, unindo todo o país em uníssono: era o Supercatch.

Aos olhos de um leigo, o Supercatch era somente um programa de luta-livre, organizado pela World Wrestling Federation (WWF), no qual lutadores vestidos de maneira bizonha competiam em combates arranjados para saber quem era o "Maioral dos Ringues". Mas para mim e para muitas outras crianças, aquilo ia muito além da porradaria incessante. Aquilo era quase um estilo de vida.

Eu devia ter uns 8 ou 9 anos na época e, como qualquer garoto normal, já era sedento por violência e sangue. Por isso, ver um bando de marmanjões se estapeando era demais para o meu pequeno instinto maligno. Cada luta era única, nunca se sabia como iria terminar: era uma caixinha de surpresas, dizia-se. E como não falar das técnicas dos lutadores? Cada uma mais apurada do que a outra, que iam muito além da velha técnica de pegar uma cadeira de metal da platéia para espatifar sobre o crânio do oponente. Cada lutador tinha seu movimento fulminante, que deixava o adversário totalmente aturdido e sem reações, pronto para tomar o golpe de misericórdia. De fato, é por essas e outras que eu sinto que o Supercatch ajudou em muito a formar o meu caráter, assim como os Comandos em Ação, o Mortal Kombat e o Loucademia de Polícia. Penso que é esse tipo de influência que diferencia os homens dos estudantes de moda.

WrestleMania: uma breve história
A World Wrestling Federation surgiu nos anos 80, mas o seu primórdio começa nos anos 30, época em que o grande barato era o Boxe profissional. Num belo dia, Joseph Raymond "Toots" Mondt, um ex-lutador de wrestling, resolveu profissionalizar a sua área, propondo um novo conceito de luta-livre. Trouxe os embates para as arenas de esportes e fez com que outros lutadores assinassem contratos com ele. Assim, criou a Capitol Wrestling Corporation (CWC), que depois se juntou com a National Wrestling Alliance (NWA) e, encurtando a história, acabou virando a World Wide Wrestling Federation (WWWF).

Daí, depois de trocentas mudanças de nomes e de fusões com outros órgãos reguladores de wrestling, eis que surge a WWF e seu evento mais conhecido: a WrestleMania. Nele lutaram figuras famosas como o saudoso Mr. T (do Esquadrão Classe A) e o ultracampeão Hulk Hogan - isso até o cara ser mandado embora por ganhar de meio mundo.

Porém, a fama e a fortuna trouxeram, além de glórias, muitos problemas para a instituição. Escândalos envolvendo abuso sexual e uso de esteróides começaram a pipocar na imprensa. Então, para cobrir o buraco que os processos acarretavam (o rombo foi estimado em 5 milhões de verdinhas), os idealizadores tiveram que cortar vários benefícios dos lutadores. Daí, boa parte destes decidiram trocar pontapés no rival World Championship Wrestling (WCW). Sem outra solução, a cartolagem da WWF resolveu apostar na prata da casa, lançando uma nova safra de lutadores. E foi essa a época que fez a alegria da gurizada tupiniquim.

Afinal, como não lembrar do fabuloso Razor Ramón, aquele cubano safado que lutava com um palito de dentes na boca? Ou do cruel índio-americano Tatanka, cujo principal golpe fora traduzido no Brasil como Tapanka, que nada mais era que um tapa violentamente desferido contra o rosto do oponente? Ainda havia também o galã Shawn Michaels "The Heartbreaker Kid", que era dono de uma técnica apurada e sempre estava rodeado por belas messalinas. Além disso, havia o magnata "Million Dollar Man" Teddy diBiasi, que fazia a dupla jornada de manager e lutador e estava sempre pronto para defender seus afilhados das mais diversas enrascadas.

Isso sem falar também no destruidor Diesel, no soturno Undertaker e no palhaço Doink - que tinha uma miniatura própria conhecida como palhaço Dink. Também haviam lutadores "estrangeiros" como o inglês British Bull Dog e o nipônico peso-pesado Yokozuna. Enfim, tinha gente para o mais eclético dos gostos.

Mas daí, as coisas mudaram. As palhaçadas do Doink não agradavam mais e as lutas já estavam ficando escancaradamente arranjadas. Então eles reciclaram tudo e fizeram novos formatos de luta. Mas antes, a World Wrestling Federation enfrentou novamente os tribunais, dessa vez para saber quem ficaria com a famosa sigla: eles ou a World Wildlife Foundation. Os ambientalistas ganharam a parada e a organização passou a se chamar World Wrestling Entertainment (WWE). Só que nesse meio tempo, a TV Manchete já tinha quebrado e nunca mais pude acompanhar os embates - até porque o Gigantes do Ringue era ruim demais.

Me desculpem o moralismo...

Quando um imbecil se reúne com seus colegas de ofício, não tarda para que o ambiente vire uma grande caldeira que exala ignorância. Fico abismado com o nível de babaquice que sou obrigado a presenciar pelas ruas cinzentas. Hoje mesmo, na ocasião de um almoço descompromissado, regado a bife cru e ovo pastoso, tive a recorrente sensação de estar vivenciando essa mesma situação cíclica uma vez mais. Um grupinho de imbecis coletivos sentado logo a minha frente, pôs-se a tagarelar sobre os mais variados assuntos, desde a quantidade "picxis" (sim, ele falou "picxis") da máquina fotográfica que um dos mancebos ignaros acabara de adquirir, até...política! Sim, a tão acalorada política de boteco não tardou em dar o ar de suas graças cambaleantes. E eis que a conversa torta chega no tema "Collor". Não era de se admirar que os convivas destilariam críticas mordazes ao tacanho "Fernandinho pó". Fiquei de orelha em pé apenas quando um dos sujeitos insistiu cuspindo arroz pelas beiradas: "mas o Collor foi muito importante pra nossa história...". "Opa", pensei, "vamos ver se ele ressalta a conscientização em massa representada pelos comícios dos caras-pintadas, assim como o posterior impeachment do caçador de marajás". "Mas o Collor foi muito importante pra nossa história porque ele que começou tudo isso, toda essa modernização, sabe. Se não fosse por ele agente ainda ia tava andando de charrete". Triste, não, caro perobo? Resumindo, para o nosso amigo assim como para tantos outros brasileiros, pouco importa que a sacanagem role solta lá nos estábulos de mármore do Planalto Central, contanto que ele possa comer o seu ovo pastoso e andar em uma charrete moderna. No fim, o que se deseja são privilégios, não direitos. E enquanto isso o Brasil continua dando o cu e chupando rola.

Anal Stories

24 agosto 2006

O Triste Fim da Era Orkut


Metáfora by Malvados

Au, au, ipi-iou ipi-iei

E por falar em zuerinha anos 80...Reparem os super efeitos especiais e a convicção dos atores em cena. Os modelitos também são sensacionais. É de deixar qualquer Herkovitch bundão com uma puta inveja do cacete.

Esse clipe do Herbie Hancock é uma zuerinha muito anos 80. Coisa de mentes psicopatas saudáveis.

23 agosto 2006

Go, Go, Gooo!!!

Ah, o doce período da infância. Ventos pueris que já não sopram mais. Época em que passar uma tarde descompromissada na frente do viedeogame investindo na porradaria, regado a pacotes e mais pacotes de traquinas (sabor morango, por favor) era o ideal de qualquer garoto sensato.



"Streets of rage", um clássico. O momento supremo do deleite orgasmático desse jogo é arremessar os adversários do elevador, na penúltima fase. Reza a lenda que muitos mancebos tiveram suas respectivas primeiras poluções dessa maneira.



Ah, "Pit Fighter"...mais um ícone absoluto das insólitas tardes de dedilhados frenéticos. Esse jogo marcou época, sem dúvida. Reza a lenda que foi o primeiro jogo a usar a imagem digitalizada de atores reais, fato que revolucionou os gráficos da época. O ponto alto do jogo era enfrentar o "Cuecão", um pirulão desengonçado de mais de 2m de altura que desfilava pelo ring com uma exótica cuequinha samba-canção e um óculos-escuro estilo Venice Beach, bem anos 90.



Bem, o "Street Fighter" nunca me chamou muito a atenção, embora seja um clássico também. Sempre achei o Ryu e Ken meio boiolas, e tenho certeza que eles davam uma bimbadinha nos bastidores dos cenários toscos de 16 bits antes de entrar em cena. A minha obstinação nesse jogo era ver a calcinha da Chun-li, nada mais.



Bom, por hoje é só crianças.

O que deu de errado com as pombas?



Tive a inútil idéia de dissertar sobre esse animais ainda mais inúteis do que essa idéia. Tudo por causa de uma maldita "pomba-cachorro" que inicia o seu expediente de pentelhação exatamente as 7:00h da manhã (é impressionante)na árvore em frente ao meu quarto. Os seus urros guturais e seus laitidos pombêscos deixam qualquer um abismado com essa espécie que parece ter surgido de algum experimento mal-sucedido e se espalhado como um vírus pelo planeta.
As pombas são animais que desafiam o mais fervoroso defensor do ideal de evolução contínua das espécies. A começar por aquele corpo desengonçado e roliço desprovido de qualquer aerodinâmica, no qual jáz uma cabeça (se é que assim pode se chamar) incapaz de controlar satisfatoriamente o resto do corpo cambaleante. Acredito que as pombas tenham parado no tempo, ou sejam algum tipo de filho bastardo da natureza. Elas são tão incompetentes que tem a magnânima proeza de edificar os seus ninhos em cima de uma calha, e em plena época de chuvas. Acreditem, minha mãe registrou esse momento sublime.
Até onde eu sei, as pombas só existem em centros urbanos, ou ao menos em suas redondezas. Pelo menos eu nunca ouvi falar em "pombas selvagens do mato". Dentro desses cenrtros urbanos, elas se ocupam com a tarefa rotineira de pescar milho, pedaços de pão ou qualquer outra porcaria atirada ao chão. E os culpados por isso são velhinhos, criancinhas e pipoqueiros que insistem em alimentar esse câncer. E como elas retribuem? Transmitindo Toxoplasmose, oras. Eu não sou nenhum biológo ou algo do gênero, mas, se alguém tiver uma resposta para essa pergunta não se acanhe, por favor. Qual é a utilidade das pombas? Pois, sendo um animal urbano, (chuto eu) elas não lidam com nenhum tipo de predador e também não predam ninguém. Portanto, podem se dar ao luxo de se reproduzir aos baldes, e olhe que não há quem as impeça de tal empreitada.
Não sei porque perco tempo a dissertar sobre pombas, mas a verdade é que não suporto esse animal, e elas sabem disso. Não só sabem como tramam para cima de mim. Nunca me esqueço de uma ocasião em que fui prestar vestibular em uma escola pública e na janela lá estavam onze, ONZE pombas recolhidas para escapar da chuva cantarolando o seu coro estridente em uníssono que se prolongou durante as quatro enfadonhas horas de prova. Depois desse incidente comecei a guardar certo rancor de pombas. Foi quando então quase fui acertado por uma rajada anal disparada violentamente de uma árvore frondosa, de tal forma que não pude presenciar o semblante de desgosto da agressora pombalina ao ver que sua ogiva não havia acertado o alvo. Meu ódio aumentou fervorosamente. Pouco depois, "pombas-cachorro" se mudaram para a região e começaram a arquitetar um plano de desgate psicológico nas vítimas humanas. Então, toda a manhã as 7:00h em ponto um membro da quadrilha pousa na árvore em frente ao meu quarto e começa sua operata grotesca. Hoje em dia eu durmo com uma bola de futebol ao lado da cama para acertar a agressora logo no início de sua operação militar. Acho que obtive êxito com essa medida defensiva, o que me assusta é que elas já não aparecem há algum tempo. Talvez estejam tramando uma nova investida, mais agressiva dessa vez, e é ai que mora o perigo.

Saiu no Estadão
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Guaxinins assassinos aterrorizam cidade nos EUA

OLYMPIA, EUA - Um grupo feroz de guaxinins já matou 10 gatos, atacou um cachorro e mordeu uma mulher, que precisou tomar vacina contra raiva, informam moradores da cidade de Olympia. Alguns já andam com spray de pimenta para afastar os vândalos mascarados, e a mulher que foi mordida agora só sai à noite levando um cano de metal. "É uma nova raça", disse Tamara Keeton, que com a amiga Kari Hall iniciou uma patrulha antiguaxinim. "São guaxinins urbanos, e não têm medo".
Tony Benjamins, cuja família perdeu dois gatos para a quadrilha, disse ter comprado um cachorro grande, mestiço de pastor alemão e rottweiler, para manter os roedores à distância. Um dos objetivos da patrulha é convencer as pessoas a parar de dar comida aos guaxinins e a manter seus animais de estimação e a comida dos bichos dentro de casa.
Lisann Rolle conta ter passado a carregar o cano de ferro quando sai de casa depois de ter sido mordida por guaxinins, ao tentar salvar sua gata de um ataque. A população considera os ataques chocantes porque, no passado, os guaxinins chegavam perto dos gatos sem nenhum problema. "Nós adorávamos os guaxinins. Eles têm filhotes nesta época do ano, e eram tão fofinhos", diz Benjamins. "Mas neste ano, eles focaram doidos".
Os ataques, todos executados dentro de uma área de três quarteirões da Trilha Natural Garfield, são altamente incomuns, disse Sean O. Carrell, um coordenador de vida silvestre do departamento estadual de Caça e Pesca, acrescentando que caçadores poderão ser chamados para remover os animais. "Nunca tinha ouvido falar em 10 gatos mortos. Vamos ter de acompanhar isso".
Enquanto isso, os moradores contrataram Tom Brown, um controlador de pragas silvestres, para pôr armadilhas, mas em seis semanas ele só pegou um guaxinim. Ele e Carrell dizem que os guaxinins instruem os filhotes - e uns aos outros - a evitar armadilhas. Brown disse já ter visto bandos de guaxinins antes, mas nunca um tão interessado em matar. "Eles estão no comando", declarou.
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Al-Qaeda, PCC e agora Guaxinins...onde esse mundo vai parar?!

22 agosto 2006

Li no Estadão hoje que fiscais do Ministério do Trabalho encontraram, no interior de São Paulo, mais de 400 trabalhadores escravos, que viviam em condições subumanas. 400.
Realmente, muita gente. Mas fiquei me perguntando quantas milhares de pessoas – inclusive crianças - ainda estão nessas condições, e estarão nessas condições daqui a 50 anos, em outros cantos desse mundo, porque esse problema parece não acabar nunca.
Há 100 anos isso também existia aqui.Venho de uma família de lavradores nessas condições, os quais não sabiam ler nem escrever e passavam fome no meio do sertão nordestino.
Há 200 anos, essa situação não só existia, como estava dentro da lei. E os anos antes disso, e os anos antes destes...
Mas acho que o problema é muito maior do que um “senhor” aprisionando um “trabalhador”. É como a relação entre patrões e “colaboradores”ou entre maridos e esposas, é como qualquer relação de dominação: a principal arma é sempre atacar o que há de mais precioso a qualquer um, e o que é mais precioso, mais almejado que a liberdade?
Vai ver liberdade seja só mais um conceito, aquela idéia abstrata - como "felicidade" - que serve apenas para mover as pessoas, fazê-las produzir dinheiro.
E, afinal, o que acontece com os “escravos” libertados pelos fiscais? Para onde eles vão? O que eles fazem para viver? Me parece que acontece a eles o mesmo que acontecia aos escravos africanos no Brasil: a liberdade se torna uma mera burocracia. A exclusão também é uma forma de aprisionamento.

(ps2: Não me sinto livre aqui, nesta vida...)
(ps2: É por isso que eu gosto de sexo. Ele sim é um conceito físico.)

21 agosto 2006

Bolshoi Pós-Moderno

Celulares com vibracall + Youtube + uma câmera e uma idéia na cabeça=


Dance Dance Dance

Da série de coisas a serem odiadas

Detalhistas de piadas. Não tem coisa pior do que você contar uma piada e ter gente que pede detalhes, interrompendo e achando aquilo a coisa mais engraçada do mundo. Não sei vocês, mas eu, que sou mal-humorado, odeio ser interrompido por isso. Imagine:

-- Tem um português e um brasileiro...
-- Português de onde???
-- Ahn... De... De Aveiro. Bom, tem um português e um brasileiro em...
-- O brasileiro era de onde?
-- De Belo Horizonte. Posso?
-- Pode.
-- Bom... Tem um português e um brasileiro em um carro...
-- Que carro?
-- Um Escort.
-- XR3?
-- XR3, amarelo, daqueles conversíveis.
-- Ah tá. Continua.
-- Posso?
-- Pode.
-- Bom, tem um português e um brasileiro num carro indo pra praia...
-- A passeio ou a negócios?
-- CARALHO! ALGUÉM VAI PRA PRAIA A NEGÓCIOS?
-- Ah, vai saber né?

Enfim, não tem a menor graça, certo? Certo. Todos sabemos. Todos! Mesmo assim, ainda tem quem faça. E convenhamos; todos sabemos que as piadas que começam com "um português e um brasileiro foram para a praia de carro" são bem melhores dos que as que começam com "um português de Aveiro e um brasileiro de Belo Horizonte foram para a praia de Boa Viagem a bordo de um Escort XR3 amarelo, conversível, ano 88, gasolina".

Ou eu estou errado?

19 agosto 2006

Jala, Jala!

É amigo, haja coração. Não existe mesmo limite para "invenciones" do capeta. Concursos bizarros, leilões exóticos, desfiles surrealistas. Mais uma pérola da santíssima inutilidade logo aqui.

Manchetes do Dia

18 agosto 2006

Juiz faz pacto com duendes e é afastado do cargo


Depois de uma certa apresentadora de programas "infantis", agora é a vez de um juiz filipino declarar seu estranho afeto por duendes. Porém, este foi mais longe (ou não). Florentino Floro, de 53 anos, revelou recentemente ter feito um pacto com três duendes - que atendem por Armand, Luis e Angel - para poder ver o futuro. Além disso, o magistrado também afirma ter adquirido outros estranhos poderes sobrenaturais, como o de estar em dois lugares distintos ao mesmo tempo.

Mas tudo isso passaria batido, não fosse um estranho hábito que o denunciou. De acordo com a imprensa filipina, toda sexta-feira Floro tinha o hábito de trocar a beca azul por negra, para praticamente "recarregar seus poderes psíquicos".

Só que a soturna farra do juiz acabou. A Suprema Corte do país resolveu afastá-lo sob o risco de uma possível parcialidade em suas decisões. "Fenômenos psíquicos, mesmo assumindo que existam, não têm lugar na determinação do Judiciário de aplicar apenas a lei positivista e, na sua ausência, regras e princípios igualitários para resolver controvérsias", diz a sentença. Em outras palavras, em uma jurisdição, Floro sempre irá pender para o lado de Exú.

Afastado da magistratura, o juiz Floro é ambicioso. Diz que o caso o tornará imortal na história mundial do Poder judiciário. Além disso, também diz estar recebendo propostas para sua nova carreira de ator e manequim.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI1099856-EI1141,00.html

Não urine no chão!

"Interessantchéssema" essa foto que eu capturei justamente em um hospital veterinário. Saborosas ironias do destino. A questão é saber para qual dos animais o anúncio foi feito: os pacientes ou seus donos?

Obituário

Meninos e meninas entre 16 e 22 anos, lamentai. Chorai. Thuy Trang morreu.

-- Quem?

Sim, meninos e meninas. Ela morreu. Descobri tempos atrás. Thuy Trang, que interpretava Trini Kwan, não está mais entre nós. Pra nós, ele ficou conhecida como Trini, a Power Ranger amarela, da época de Jason, Zack, Billy, Trini, Kimberly e, posteriormente, Tommy, o ranger verde.


Hora de morfar!


Ela nasceu em 14 de dezembro de 1973, em Saigon, no Vietnã. Com dois anos de idade, Thuy e sua família fugiram de Saigon porque o exército do Vietnã do Norte (na época) estava invadindo o sul. Logo, ela e sua família embarcaram rumo aos EUA. Em 93, ela conseguiu seu primeiro grande papel, que foi exatamente Trini Kwan. Thuy deixou o programa em 94 para ir atrás de outros projetos. Fez uma participação em Duro de Espiar, de 96, e conseguiu o papel de Kali em O Corvo: a Cidade dos Anjos, também de 96. O filme foi um fracasso de público e crítica, além de matar meio mundo que participou dele.

Tragicamente, em 3 de setembro de 2001, Thuy estava dirigindo em uma estrada da Califórnia quando bateu em outro carro e foi morta pelo impacto. Ela deixou um pequeno trabalho e ainda tinha uma longa carreira pela frente, interpretando papéis japas e afins. Trini era formada em engenharia pela UC Irvine. Dos ex-Power Rangers, somente David Yost (Billy) e Amy Jo Johnson (Kimberly) apareceram em seu velório.

Todos sentiremos saudades de Thuy Trang.

* 14/12/1973, Saigon
+ 3/9/2001, San Francisco


Fonte: IMDB
Foto: Meu amigo Moskito

- Bem-vindo Nícolas a este blog!

- Ora obrigado!

- É um prazer tê-lo aqui!

- O prazer é todo meu!

- Como tem passado?

- Sabe como é, a vida é isso aí que você ta vendo...

- Um monte de merda.
- ...

- ...

- é...e também o que você não está vendo.

17 agosto 2006

Me desculpem os puritanos de plantão, mas isso aqui merece uma certa consideração. É du caceti, meu fiu!

Ingleses anunciam a volta dos Dinossauros



Há exatos doze anos, Steven Spilberg encantava os olhos do mundo com o seu célebre filme "Parque dos Dinossauros", cuja exótica proposta de trazer os dinossauros de volta à vida, parecia um tanto quanto extravagante. Parece que a ficção já não está tão longe de se tornar realidade. No último dia 6, uma equipe de paleontólogos ingleses, em um projeto conjunto com um grupo de geneticistas da universidade de Cambridge, anunciou a descoberta de um mosquito conservado em uma espécie de seiva altamente resistente, exatamente como no filme do cineasta norte-americano. O teste de Carbono-14 indicou que o espécime data da época jurássica (período geológico em que viveram os dinossauros), o que já é de se admirar dado que já se passaram milhões de anos desde a extinção dos dinossauros. Mas o mais surpreendente é que a análise de DNA acusa a presença de sangue de variadas espécies de dinossauros no corpo do mosquito.
Dr. Steve Dawson Acrow, coordenador da equipe e membro curador do conselho de geneticistas de Cambridge, diz que a médio prazo já será possível criar dinossauros "In Vitro". Hoje, já se sabe que isso é perfeitamente executável, a exemplo de casais que querem ter filhos e recorrem a laboratórios especializados para a realização de inseminação artificial por apresentarem problemas de reprodução.
Por enquanto, é o mega-conglomerado-caça-níqueis-mirins (Disney) que tem mostrado maior interesse no projeto e já doou uma quantia de 75 milhões de dólares para dar continuidade às pesquisas. A empresa não confirma, mas rumores levam a crer que o império empresarial do falecido pedófilo Walt Disney estaria interessado em montar um parque temático com dinossauros de verdade no complexo de entretenimento de Orlando, na Florida, até 2017.
Steven Spilberg, ao saber das notícias, ficou lisonjeado e em entrevista coletiva disse que está se sentido um verdadeiro profeta. "Eu adoraria ter um Pterodátilo de estimação, ho, ho, ho".

Um Manifesto Tardio

Para quem foi pego de calças curtas e caiu de pára-quedas neste blog (e já pensa em sair e não voltar mais), pretendo explicar as diretrizes deste nosso projeto nada nababesco, porém assaz nobre. Tentando sair do lugar-comum que infesta o jornalismo padronizado de hoje em dia - e que vêm gradualmente invadindo o terreno fértil do ciberespaço, sobretudo o dos weblogs "profissionais" - propomos uma nova maneira de abordar a realidade bizarra que nos cerca.

Tendo como inspiração divina a obra de Hunter S. Thompson, criador do chamado jornalismo gonzo, pretendemos trazer informação e cultura da forma mais descompromissada possível, sem seguir os arcaicos manuais de redação e estilo. E, quando digo descompromissada, significa escrever de forma criativa e sob qualquer ponto de vista possível e impossível. Talvez a única regra seja o de que o inusitado, o bizarro e o cômico são uma prioridade em qualquer texto publicado aqui.

Ante isto, temos um compromisso irrompível com a ética. Afinal, diferente dos advogados, os jornalistas precisam da ética e vice-versa. Portanto, toda e qualquer informação aqui postada é verídica e real, obtida após exaustiva apuração com fontes de altíssima confiança. Mas caso algum integrante cometa alguma fraude ou charlatanice, nós cortaremos seus dedos da mão direita e faremos uma coleira com eles.

Além disso, com raras exceções, não aceitaremos difamação ou bochicho da vida alheia - por mais divertido que isso seja. Para tal, recomendamos o menor uso possível de nomes sem a devida autorização, para evitar futuras complicações judiciais. Mas, se houver algum infortúnio nesse sentido, teremos o direito de tirar o corpo fora e ainda usaremos o recurso da delação premiada, se necessário.

Fora isso, não temos compromisso com mais nada. Muito menos com o jornalismo ou coisa que o valha.

16 agosto 2006

Para quem acha que o glorioso Youtube se alimenta a base de sacanagem e patriçolas de moema tomando batida de Kiwi num sábado a noite, é aí que você se engana, pequeno perobo. Viva a categoria simiesca!

Conheçam Milica Veselinovic


Milica Veselinovic nasceu em 17 de fevereiro de 1985, na cidade de Sorbom, atual Sérvia. Filha de Slobodan e Vesna Veselinovic e atualmente cursando Economia na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, Milica foi considerada uma jovem promessa do então tênis feminino iugoslavo.

Adepta declarada do saibro, ela chegou a disputar partidas de competições oficiais da WTA entre 2001 e 2002, mas sem resultados expressivos. Sua vitória de maior repercussão foi contra a norte-americana Neha Uberoi (atualmente a 257a da ranking da WTA) no qualifying do torneio de Makarska, na Croácia, em 2002. Ela avançou até a chave principal, onde foi derrotada logo na estréia pela eslovena Tina Hergold por parciais de 6/3 e 6/2. Porém, a estréia lhe valeu seu melhor ranking como profissional do tênis, colocando-a na 1163a posição dentre as tenistas da WTA.

No ano anterior, ela não teve a mesma sorte e foi eliminada de futures na Iugoslávia por suas compatriotas. No torneio de Belgrado, em abril, caiu frente a Ana Timovic, terceira cabeça-de-chave da competição. Já no torneio de Novi Sad, em outubro, a algoz foi Dina Milosevic.

Entre 2004 e 2005, ela disputou o circuito norte-americano de tênis colegial, com bom desempenho nas chaves de simples. Ao todo, foram 30 vitórias e seis derrotas. Na temporada do High School Tennis, foi treinada por Josip Molnar, Vladijmir Kolaric e Dodos Stasa. Nas duplas, não se pode dizer o mesmo, já que ela perdeu mais do que ganhou: 14 vitórias e 17 derrotas.

Atualmente, Milica atua no circuito universitário de tênis feminino, defendendo o Iowa's University Hawkeyes. Mais recentemente, a ex-iugoslava atuou ao lado de nomes como Krissy Dowlin, Hillary Mintz, Meg Racette, Merel Beelen e Jacqueline Lee.

Esta é Milica Veselinovic. Uma grande nome do tênis mundial que nunca foi ninguém.

(Informações colhidas nos sites da WTA, do US College Tennis e da Iowa's University Hawkeyes, a quem pertence a foto)