Mário Flamejnate entrevista: Ana Moser
Ana Moser é Ana Moser, e até quem não entende de vôlei sabe de sua importância para o esporte. Com 17 anos de seleção brasileira no currículo, três Olimpíadas, uma medalha de bronze em 96, quatro finais de Grand Prix e dois títulos de Mundiais Interclubes, entre outros feitos, a ex-atacante assumiu um novo compromisso social na formação de atletas. Além de dirigir a ONG Ana Moser Sports – Voleibol Escolar, Ana também empresta um pouco de seu talento para o Circuito Sesc de Esportes, onde ministra clínicas de sua modalidade.
A iniciativa envolve diversos atletas de renome como Janeth, Hugo Hoyama, Gustavo Borges e Nelson Prudêncio, e atrai alunos das escolinhas da entidade e interessados de fora. Nesta sexta-feira, foi a vez de Ana Moser repetir o que já havia feito nas unidades Santana, Sorocaba e Campinas, e ministrou mais uma das voluntariosas clínicas.
Segundo Afonso Corrêa Alves, um dos organizadores, cerca de 120 pessoas comparecem às palestras, e 40 ou 50 participam das sessões práticas. “O objetivo é desmistificar o atleta, é quebrar a barreira entre o mito e o público”, explicou Afonso, na clínica ministrada na unidade Pinheiros.
Eram cerca de 45 homens e mulheres, alguns já não tão jovens, que se sentaram na quadra e ouviram atentamente à apresentação de Ana Moser, descrevendo toda sua trajetória (nunca é demais). Acompanhada de dois instrutores de seu projeto social, ela fazia algumas piadas para seus pupilos, e revelou que, em suas palavras, “o bronze em Atlanta foi o momento mais importante da carreira”.
Antes de comandar uma série de exercícios, ela criticou muito a falta de estrutura que afundou o vôlei cubano (“elas passavam meses treinando no Japão, na Europa”) e brincou com a rivalidade que existia com Regla Torres e Carbajal, já que as agressões “eram apenas verbais. Eu não sou violenta”.
Para quem estava ali, pouco importava as agressões, o importante era estar perto de Ana Moser. A estudante Ana Cláudia B. dos Santos, de 26 anos, veio para acompanhar duas amigas, e só ficou de fora porque veio de calça jeans. “Ela sempre foi meu ídolo”, revelou ela, desanimada por ter que acompanhar do lado de fora.
De fato, Ana Moser é Ana Moser, é até quem não entende de vôlei sabe que ela pode falar como poucas pessoas sobre o vôlei brasileiro. Pouco antes de começar a clínica, ela falou com este humilde estudante caipira de jornalismo, e pôde analisar o desempenho das seleções masculina e, principalmente, feminina nos Mundiais quase simultâneos da modalidade. Ana comentou ainda a situação das atletas e do vôlei no Brasil e revelou: não gostaria de entrar na comissão técnica de José Roberto Guimarães. Pelo menos agora.
Confira a entrevista abaixo:
Mário Flamejante: Como jogadora da seleção até 99, como você avalia o desempenho das seleções masculina e feminina nos Mundiais de vôlei?
Ana Moser: Bom, o Mundial masculino está rolando. O Brasil passou pela primeira fase, que era o certo. Agora, a grande definição vai ser na segunda fase, pra ver se fica entre os quatro. E deve ficar. É superfavorito para manter a hegemonia que tem tido nos últimos anos. O feminino quase chegou lá. Está com um grupo forte, muito bom, e que é novo, ainda tem muito a ganhar em maturidade e já está com bons resultados. Quase deu para a gente ficar em primeiro, o que seria uma coisa inédita. Elas conseguiram ter um padrão de jogo, talvez o melhor dos últimos tempos. Este trabalho tem dois anos, começou depois das Olimpíadas de Atenas. Temos que acompanhar o desenvolvimento deste grupo até o Pan-americano, onde elas devem chegar bem, e pra ver como elas vão chegar nas Olimpíadas de Pequim.
MF: Com relação as Olimpíadas, a derrota no Mundial foi a segunda ‘traumática’ para a Rússia, repetindo o que havia acontecido em Atenas. Você acha que isso pode despertar uma rivalidade com as russas, a exemplo do que acontecia com Cuba na década de 90?
Ana Moser: A rivalidade você tem com os melhores times. A derrota para a Rússia em Atenas não tem nada a ver com esse jogo de agora. Além de serem dois grupos diferentes, as duas seleções perderam jogando até o fim, mas neste jogo elas caíram de pé. O outro realmente foi traumático, elas demoraram um tempo para recuperar. Eu mesma fiquei um bom tempo sem conseguir ligar para o pessoal da seleção, não sabia nem o que dizer. Isso eu, que tinha ficado de fora. Imagine elas! Mas este grupo não. Temos que ver o que fazer para vencer a Rússia, que realmente é um time que está se mostrando forte. Mas também temos outros adversários: Itália, Cuba... A gente não deve levar para esse lado de trauma, nem de rivalidade excessiva. Rivalidade há, lógico. São os melhores times, e têm que estar mesmo se preocupando um com o outro.
MF: Não se ouve mais falar em atacantes de ofício, como quando você jogava. Quem você vê como a nova Ana Moser na seleção?
Ana Moser: Cada jogadora tem um estilo. Hoje, o Brasil está com boas jogadoras de extrema... Tem a (oposto) Sheilla, que joga mais pela saída, mas vem muito pelo fundo; tem também as três ponteiras: a Mari, a Jaqueline e a Paula. Quatro com a Sassá. Acho que vai ficar muito entre essas quatro jogadoras, que vão ficar se revezando, já que são jogadoras muito parecidas, e que têm um bom nível de recepção, importante para uma ponteira: poder ajudar bastante na recepção e segurar as bolas de segurança no ataque. Elas estão crescendo, estão amadurecendo. O time está muito bom.
MF: A Walewska, a Fofão e a própria Sheilla estão indo para a Itália, repetindo um fenômeno que já acontece na seleção masculina. Você acha que isso fortalece a seleção feminina? Isso pode acabar enfraquecendo a Superliga?
Ana Moser: As duas coisas. Fortalece a seleção, porque elas vão jogar um campeonato muito mais forte que a Superliga, com mais equipes boas, mais jogos difíceis, e contra essas jogadoras que enfrentam na época de seleção. A própria Waleska declarou que melhorou muitíssimo o bloqueio dela jogando na Itália. Não por treinamento, mas por experiência. Enfraquece sim a Superliga, mas a culpa é da própria Superliga e do vôlei de clubes no Brasil, que têm que buscar uma reorganização para voltarem a ser atrativos. A cada ano, você vê um número menor de equipes, principalmente no feminino, o que é muito ruim. Daqui a pouco, nós vamos virar um país de seleção, sem clubes.
MF: Quando a sua geração começou e acabou conquistando a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta, o vôlei brasileiro ainda não tinha a estrutura que tem em Saquarema, RJ. Como você acha que seriam os resultados daquela geração com esse apoio que o vôlei tem hoje?
Ana Moser: Acho que totalmente iguais. Não mudaria nada, porque a gente tinha estrutura de treinamento aonde a gente ia, buscava essa estrutura. Acho uma bela obra, mas não é primordial para o desenvolvimento das equipes. Lugar para treinar é o que não falta no Brasil.
MF: O vôlei brasileiro tem uma deficiência de levantadoras?
Ana Moser: Enquanto a Fofão jogar, não. Enquanto ela jogar, estamos bem. A Fernanda (Venturini), que parou, e ela são jogadoras acima da média. A gente fica mal-acostumado mesmo. As outras que a gente tem no Brasil são levantadoras boas, que estão na média. A diferença é muito grande. Acho que se a Fofão continuar jogando até Pequim, o time só vai continuar crescendo. Se ela parar antes, vai haver uma mudança grande. Vamos ter que reconstruir, e algumas das levantadoras que estão sendo trabalhadas como opção terão que passar por um desenvolvimento muito rápido. Mas é tudo uma questão de esquema, de como se constrói uma equipe. Você vê a equipe da Rússia: a levantadora (Marina Akulova) é fraca, e não seria titular do nosso time nem sem a Fofão. E foi campeã mundial! É tudo uma questão de montar um time dentro da realidade das peças que tem.
MF: O vôlei, o basquete e o handebol, por exemplo, têm um considerável suporte financeiro por parte dos órgãos federais. Por que o vôlei dá tão certo e o handebol e o basquete têm alguma dificuldade para trazer resultados favoráveis?
Ana Moser: O handebol é um esporte que está em uma ascendente. Eu me lembro que, em 88, 92, o handebol não chegava nem perto de Olimpíadas. Hoje, o masculino já se classifica na América Latina, brigando com a Argentina. O feminino, eu não sei direito, mas eu sei que tem bons resultados. É diferente do basquete, que já esteve lá em cima, mas que não consegue voltar. Isso faz parte de uma estruturação de tudo, que começa pelo sistema das federações, da CBB... Daí é que começa: é essa estrutura que pode fazer um trabalho diferente. Porque jogador a gente tem. O Brasil está cheio de jogadores na Europa e na NBA.
MF: Você tem um projeto social bastante desenvolvido, o Ana Moser Sports – Voleibol Escolar. Você toparia assumir o projeto de estruturação de um time, ou até o cargo de treinadora?
Ana Moser: Não, não é minha prioridade agora. A grande mudança da minha vida foi me dedicar a um trabalho que envolva um número grande de pessoas. Quando eu estive na seleção (na parte técnica, entre 2003 e 2004), eu tive um impacto: você tem 24 horas por dia para cuidar de 12, 15 jogadoras. Eu posso dedicar o mesmo tempo e cuidar de três mil alunos. São atividades bem diferentes, e hoje eu estou muito ligada a uma. Seria difícil fazer as duas coisas.
MF: Nem se o Zé Roberto te chamasse para a seleção de novo?
Ana Moser: Eu já estive com ele. Desde quando ele entrou, em 2003, até pouco antes do Grand Prix e das Olimpíadas (ambos em 2004). Foi quando eles começaram a viajar e eu não consegui acompanhar. Nesse ritmo, é preciso acompanhar. Não é nem questão de chamar ou não. Se houvesse interesse, eu pediria para ele. Não sei se pela técnica, mas pela amizade, ele me ajudaria (risos). Mas não é o caso. É uma questão de prioridade, e eu acho que o momento é outro.
Obs: Originalmente publicado em Gazeta Esportiva.Net.
A iniciativa envolve diversos atletas de renome como Janeth, Hugo Hoyama, Gustavo Borges e Nelson Prudêncio, e atrai alunos das escolinhas da entidade e interessados de fora. Nesta sexta-feira, foi a vez de Ana Moser repetir o que já havia feito nas unidades Santana, Sorocaba e Campinas, e ministrou mais uma das voluntariosas clínicas.
Segundo Afonso Corrêa Alves, um dos organizadores, cerca de 120 pessoas comparecem às palestras, e 40 ou 50 participam das sessões práticas. “O objetivo é desmistificar o atleta, é quebrar a barreira entre o mito e o público”, explicou Afonso, na clínica ministrada na unidade Pinheiros.
Eram cerca de 45 homens e mulheres, alguns já não tão jovens, que se sentaram na quadra e ouviram atentamente à apresentação de Ana Moser, descrevendo toda sua trajetória (nunca é demais). Acompanhada de dois instrutores de seu projeto social, ela fazia algumas piadas para seus pupilos, e revelou que, em suas palavras, “o bronze em Atlanta foi o momento mais importante da carreira”.
Antes de comandar uma série de exercícios, ela criticou muito a falta de estrutura que afundou o vôlei cubano (“elas passavam meses treinando no Japão, na Europa”) e brincou com a rivalidade que existia com Regla Torres e Carbajal, já que as agressões “eram apenas verbais. Eu não sou violenta”.
Para quem estava ali, pouco importava as agressões, o importante era estar perto de Ana Moser. A estudante Ana Cláudia B. dos Santos, de 26 anos, veio para acompanhar duas amigas, e só ficou de fora porque veio de calça jeans. “Ela sempre foi meu ídolo”, revelou ela, desanimada por ter que acompanhar do lado de fora.
De fato, Ana Moser é Ana Moser, é até quem não entende de vôlei sabe que ela pode falar como poucas pessoas sobre o vôlei brasileiro. Pouco antes de começar a clínica, ela falou com este humilde estudante caipira de jornalismo, e pôde analisar o desempenho das seleções masculina e, principalmente, feminina nos Mundiais quase simultâneos da modalidade. Ana comentou ainda a situação das atletas e do vôlei no Brasil e revelou: não gostaria de entrar na comissão técnica de José Roberto Guimarães. Pelo menos agora.
Confira a entrevista abaixo:
Mário Flamejante: Como jogadora da seleção até 99, como você avalia o desempenho das seleções masculina e feminina nos Mundiais de vôlei?
Ana Moser: Bom, o Mundial masculino está rolando. O Brasil passou pela primeira fase, que era o certo. Agora, a grande definição vai ser na segunda fase, pra ver se fica entre os quatro. E deve ficar. É superfavorito para manter a hegemonia que tem tido nos últimos anos. O feminino quase chegou lá. Está com um grupo forte, muito bom, e que é novo, ainda tem muito a ganhar em maturidade e já está com bons resultados. Quase deu para a gente ficar em primeiro, o que seria uma coisa inédita. Elas conseguiram ter um padrão de jogo, talvez o melhor dos últimos tempos. Este trabalho tem dois anos, começou depois das Olimpíadas de Atenas. Temos que acompanhar o desenvolvimento deste grupo até o Pan-americano, onde elas devem chegar bem, e pra ver como elas vão chegar nas Olimpíadas de Pequim.
MF: Com relação as Olimpíadas, a derrota no Mundial foi a segunda ‘traumática’ para a Rússia, repetindo o que havia acontecido em Atenas. Você acha que isso pode despertar uma rivalidade com as russas, a exemplo do que acontecia com Cuba na década de 90?
Ana Moser: A rivalidade você tem com os melhores times. A derrota para a Rússia em Atenas não tem nada a ver com esse jogo de agora. Além de serem dois grupos diferentes, as duas seleções perderam jogando até o fim, mas neste jogo elas caíram de pé. O outro realmente foi traumático, elas demoraram um tempo para recuperar. Eu mesma fiquei um bom tempo sem conseguir ligar para o pessoal da seleção, não sabia nem o que dizer. Isso eu, que tinha ficado de fora. Imagine elas! Mas este grupo não. Temos que ver o que fazer para vencer a Rússia, que realmente é um time que está se mostrando forte. Mas também temos outros adversários: Itália, Cuba... A gente não deve levar para esse lado de trauma, nem de rivalidade excessiva. Rivalidade há, lógico. São os melhores times, e têm que estar mesmo se preocupando um com o outro.
MF: Não se ouve mais falar em atacantes de ofício, como quando você jogava. Quem você vê como a nova Ana Moser na seleção?
Ana Moser: Cada jogadora tem um estilo. Hoje, o Brasil está com boas jogadoras de extrema... Tem a (oposto) Sheilla, que joga mais pela saída, mas vem muito pelo fundo; tem também as três ponteiras: a Mari, a Jaqueline e a Paula. Quatro com a Sassá. Acho que vai ficar muito entre essas quatro jogadoras, que vão ficar se revezando, já que são jogadoras muito parecidas, e que têm um bom nível de recepção, importante para uma ponteira: poder ajudar bastante na recepção e segurar as bolas de segurança no ataque. Elas estão crescendo, estão amadurecendo. O time está muito bom.
MF: A Walewska, a Fofão e a própria Sheilla estão indo para a Itália, repetindo um fenômeno que já acontece na seleção masculina. Você acha que isso fortalece a seleção feminina? Isso pode acabar enfraquecendo a Superliga?
Ana Moser: As duas coisas. Fortalece a seleção, porque elas vão jogar um campeonato muito mais forte que a Superliga, com mais equipes boas, mais jogos difíceis, e contra essas jogadoras que enfrentam na época de seleção. A própria Waleska declarou que melhorou muitíssimo o bloqueio dela jogando na Itália. Não por treinamento, mas por experiência. Enfraquece sim a Superliga, mas a culpa é da própria Superliga e do vôlei de clubes no Brasil, que têm que buscar uma reorganização para voltarem a ser atrativos. A cada ano, você vê um número menor de equipes, principalmente no feminino, o que é muito ruim. Daqui a pouco, nós vamos virar um país de seleção, sem clubes.
MF: Quando a sua geração começou e acabou conquistando a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta, o vôlei brasileiro ainda não tinha a estrutura que tem em Saquarema, RJ. Como você acha que seriam os resultados daquela geração com esse apoio que o vôlei tem hoje?
Ana Moser: Acho que totalmente iguais. Não mudaria nada, porque a gente tinha estrutura de treinamento aonde a gente ia, buscava essa estrutura. Acho uma bela obra, mas não é primordial para o desenvolvimento das equipes. Lugar para treinar é o que não falta no Brasil.
MF: O vôlei brasileiro tem uma deficiência de levantadoras?
Ana Moser: Enquanto a Fofão jogar, não. Enquanto ela jogar, estamos bem. A Fernanda (Venturini), que parou, e ela são jogadoras acima da média. A gente fica mal-acostumado mesmo. As outras que a gente tem no Brasil são levantadoras boas, que estão na média. A diferença é muito grande. Acho que se a Fofão continuar jogando até Pequim, o time só vai continuar crescendo. Se ela parar antes, vai haver uma mudança grande. Vamos ter que reconstruir, e algumas das levantadoras que estão sendo trabalhadas como opção terão que passar por um desenvolvimento muito rápido. Mas é tudo uma questão de esquema, de como se constrói uma equipe. Você vê a equipe da Rússia: a levantadora (Marina Akulova) é fraca, e não seria titular do nosso time nem sem a Fofão. E foi campeã mundial! É tudo uma questão de montar um time dentro da realidade das peças que tem.
MF: O vôlei, o basquete e o handebol, por exemplo, têm um considerável suporte financeiro por parte dos órgãos federais. Por que o vôlei dá tão certo e o handebol e o basquete têm alguma dificuldade para trazer resultados favoráveis?
Ana Moser: O handebol é um esporte que está em uma ascendente. Eu me lembro que, em 88, 92, o handebol não chegava nem perto de Olimpíadas. Hoje, o masculino já se classifica na América Latina, brigando com a Argentina. O feminino, eu não sei direito, mas eu sei que tem bons resultados. É diferente do basquete, que já esteve lá em cima, mas que não consegue voltar. Isso faz parte de uma estruturação de tudo, que começa pelo sistema das federações, da CBB... Daí é que começa: é essa estrutura que pode fazer um trabalho diferente. Porque jogador a gente tem. O Brasil está cheio de jogadores na Europa e na NBA.
MF: Você tem um projeto social bastante desenvolvido, o Ana Moser Sports – Voleibol Escolar. Você toparia assumir o projeto de estruturação de um time, ou até o cargo de treinadora?
Ana Moser: Não, não é minha prioridade agora. A grande mudança da minha vida foi me dedicar a um trabalho que envolva um número grande de pessoas. Quando eu estive na seleção (na parte técnica, entre 2003 e 2004), eu tive um impacto: você tem 24 horas por dia para cuidar de 12, 15 jogadoras. Eu posso dedicar o mesmo tempo e cuidar de três mil alunos. São atividades bem diferentes, e hoje eu estou muito ligada a uma. Seria difícil fazer as duas coisas.
MF: Nem se o Zé Roberto te chamasse para a seleção de novo?
Ana Moser: Eu já estive com ele. Desde quando ele entrou, em 2003, até pouco antes do Grand Prix e das Olimpíadas (ambos em 2004). Foi quando eles começaram a viajar e eu não consegui acompanhar. Nesse ritmo, é preciso acompanhar. Não é nem questão de chamar ou não. Se houvesse interesse, eu pediria para ele. Não sei se pela técnica, mas pela amizade, ele me ajudaria (risos). Mas não é o caso. É uma questão de prioridade, e eu acho que o momento é outro.
Obs: Originalmente publicado em Gazeta Esportiva.Net.
O filho dessa mulher é um pentelho.
Posted by Yuri | terça-feira, novembro 28, 2006
Erro. Confundi o filho da Ana Moser com o filho da Vera Mossa. Esse sim é um verdadeiro pentelho de marca maior. E, para meu espanto, o cara pode vir a integrar a futura seleção de vôlei. É mole?
Posted by Yuri | terça-feira, dezembro 05, 2006