Era mais um dia vinte e dois: aluguel para pagar. Sai com aquela bolada metida às pressas no bolso, com medo de que eu pudesse fazer a felicidade de um bandido qualquer naquele dia. Eis que me surge a brilhante idéia de parar num banco e pegar um daqueles envelopes pra melhor guardar o ordenado. No que um sentinela robotizado de quepe e e camisa azul resmunga:
- Ei, o que você pensa que tá fazendo?
- Pegando um envelope?
- É, mas é proibido.
- Proibido por quê?
- Porque é, não tá vendo a placa não?
- Não.
- É, mas é. É propriedade particular.
- Amigo, esses envelopes sempre sobram. Vocês iam jogar fora mesmo.
- Sobra não.
- A não? São 3:08h, o banco fecha às quatro e tem só um gato-pingado sacando dinheiro enquanto pelo menos uns 32 envelopes estão empilhados em silêncio.
- Tá tirando com a minha cara?
- Nem.
- Vaza.
- Ah é? Saiba que você é um tremendo filho da puta!
Antes que ele pudesse esboçar uma reação bati em retirada correndo mais que os meus tendões. Um dia desses vi o sentinela robotizado pelas ruas. Acho que ele me reconheceu, mas deu de ombros. Estava de folga com a família. A esposa dava as ordens e ele obedecia.
- Ei, o que você pensa que tá fazendo?
- Pegando um envelope?
- É, mas é proibido.
- Proibido por quê?
- Porque é, não tá vendo a placa não?
- Não.
- É, mas é. É propriedade particular.
- Amigo, esses envelopes sempre sobram. Vocês iam jogar fora mesmo.
- Sobra não.
- A não? São 3:08h, o banco fecha às quatro e tem só um gato-pingado sacando dinheiro enquanto pelo menos uns 32 envelopes estão empilhados em silêncio.
- Tá tirando com a minha cara?
- Nem.
- Vaza.
- Ah é? Saiba que você é um tremendo filho da puta!
Antes que ele pudesse esboçar uma reação bati em retirada correndo mais que os meus tendões. Um dia desses vi o sentinela robotizado pelas ruas. Acho que ele me reconheceu, mas deu de ombros. Estava de folga com a família. A esposa dava as ordens e ele obedecia.